Como a tecnologia pode ser uma aliada na construção de uma cultura de doação no Brasil?
Este conteúdo foi produzido por Mercado Livre Solidário
Conheça e inspire-se nas cinco diretrizes do Movimento por uma Cultura de Doação
De acordo com o
World Giving Index 2021, índice que apura a doação individual em 140 países, o Brasil ainda tem muito a evoluir para enraizar a doação como parte da cultura nacional. Em uma média apurada ao longo de 10 anos, o Brasil ocupa a posição 74a no ranking global de solidariedade. Entre os 10 maiores países latinoamericanos, estamos em 5o lugar.
Segundo a
Pesquisa Doação Brasil, embora 74% da população considere as organizações sociais necessárias no combate aos problemas socioambientais do país, apenas 37% disseram ter feito doações para essas iniciativas em 2020. Entre os principais motivos, estão a falta de dinheiro (38%) e a desconfiança em relação ao uso dos recursos ou em relação às próprias organizações (25%).
Para mudar esse cenário, o
Movimento por uma Cultura de Doação propõe cinco diretrizes:
- Educar para a cultura de doação: crie ambientes propícios à educação de indivíduos, famílias e empresas para uma doação mais consciente e recorrente, ou seja, proporcione uma educação em prol da generosidade;
- Promover narrativas engajadoras: desenhe narrativas que se conectem com a realidade das pessoas, crie empatia com causas sociais, promova a confiança no poder transformador de uma doação e a compreensão da doação como ato de cidadania e fortalecimento da democracia;
- Criar um ambiente favorável à doação: supere as barreiras tributárias, simplifique o sistema de uso dos incentivos fiscais e democratize o acesso aos serviços bancários para doações, de modo a facilitar todo o processo da doação. Criar pontes diretas entre doadores e donatários, fomentando a transparência e a divulgação de informações de qualidade, é fundamental;
- Fortalecer as organizações da sociedade civil: as organizações sociais fortalecidas em sua gestão, governança e transparência, retratadas positivamente pela mídia e respeitada por seus doadores, verificam um ciclo virtuoso de maior confiança da população, maior doação de recursos e a ampliação de suas capacidades de transformação social;
- Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação: atue de maneira integrada e estratégica, amplie a diversidade de atores para representar a pluralidade nacional e fomente novos espaços de promoção da cultura de doar para além do terceiro setor.
E como a tecnologia pode ajudar a acelerar essa mudança cultural? A digitalização das organizações sociais pode apoiar a concretização dessas diretrizes de diversas formas. Em primeiro lugar, a transformação tecnológica pode organizar e agilizar diversos processos internos, de modo a fortalecer a gestão e a governança das organizações ー falamos um pouco disso em nossos dois artigos anteriores (aqui e
aqui).
Talvez, o maior potencial de contribuição das soluções tecnológicas esteja na Diretriz 3, apresentada acima. Veja alguns exemplos de como transformar essa diretriz em prática:
Democratizar o acesso das OSCs a serviços bancários
Quanto mais diversos, simples e inclusivos forem os meios de pagamento utilizados pelas organizações, mais acessível será o processo de doação e, consequentemente, maior será o público doador. Por isso, é interessante conhecer e utilizar as diversas soluções já existentes.
Com o
Mercado Livre Solidário, por exemplo, as organizações podem receber doações com taxas bonificadas via maquininha Point, Pix, QR Code ou links de pagamento que podem ser enviados via WhatsApp ou redes sociais. Outra ferramenta é o bazar online do Mercado Shops, que pode ser disponibilizado diretamente no seu site ou no Mercado Livre.
Dar transparência aos objetivos, resultados e boas práticas
Publicar demonstrações financeiras, estatutos e relatórios de atividades; abrir um canal de diálogo com seus públicos de relacionamento e responder prontamente às dúvidas e sugestões que chegarem; enviar comunicados informando sobre a prestação de contas; organizar reuniões virtuais periódicas com doadores frequentes são atividades indispensáveis para uma boa gestão das doações.
Tudo isso pode ser feito de forma ampla e até mesmo gratuita por meio de um site, redes sociais ou e-mail marketing. Vale reforçar a importância de se ter um site com boa acessibilidade, pensado para incluir as pessoas com deficiência visual e/ou auditiva na conversa. Segundo o
Censo de 2010, 18,8% da população brasileira tem alguma dificuldade para enxergar e 5,1% tem dificuldades para ouvir.
Criar campanhas que cheguem a mais pessoas e ajudem a fortalecer o hábito de doar com frequência
As ferramentas de comunicação digital, quando fundamentadas em um bom planejamento e uma boa estratégia, podem ampliar tanto o público doador como a frequência das doações. Assim, é possível levar a cultura de doação a mais brasileiros. Há recursos da comunicação digital que podem ser muito úteis para fazer isso:
- Storytelling: contar histórias que mostrem, na prática, o poder transformador de uma doação;
- Infográficos: um excelente recurso para fazer uma prestação de contas rápida e simplificada para ser divulgada em diversos canais;
- Tutoriais: explicar passo-a-passo os canais disponíveis para doações, especialmente nos casos de incentivos fiscais, que são um pouco mais complicados para as pessoas físicas. Podem ser PDFs, desenhos ou vídeos, sempre em linguagem acessível.
Dia 30/11 é Dia de Doar
E, por falar em cultura de doação, o Dia de Doar está chegando. O site da campanha está cheio de materiais e orientações para quem quer participar: https://diadedoar.org.br/
Este conteúdo foi produzido por Mercado Livre Solidário
O Mercado Livre tem como propósito democratizar o comércio e o acesso ao dinheiro, equalizando oportunidades em toda América Latina. Por meio do Programa Mercado Livre Solidário, a companhia busca fortalecer organizações da sociedade civil, bonificando o uso de soluções em tecnologia e oferecendo conteúdos sobre inclusão e mobilização digital para mais de 2.800 instituições na região.
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