Este conteúdo foi produzido por Nuclear.HUB
Para começar essa leitura precisamos estar quites em relação ao que se busca entender por comunicação mobilizadora. Aqui vai: promover a comunicação de causa vai muito além da simples divulgação de informação e fatos em determinados canais. Na verdade, é um processo com foco em gerar vínculos e mobilizar em prol de uma causa. Vamos entender como isso pode acontecer?
Ao pensar a causa de determinado processo mobilizador, seja um projeto de uma organização ou movimento de um grupo de pessoas, é importante basear-se no que o grupo percebe e também no que é atingido pela situação-problema, além das pessoas que, de certa forma, terão contato com a situação apresentada.
Levando isso em consideração, é preciso atentar-se à maneira como as causas se formam. Assim, podemos compreender como um problema que pode afetar apenas um grupo ou uma pessoa torna-se um elemento de interesse coletivo e público. O movimento que passa da esfera individual à coletiva é chamado de coletivização.
O mestre Márcio Simeone Henriques, quem me inspirou muito no processo da minha pesquisa de mestrado, demonstra que:
“a coletivização é o sentimento e a certeza de que
aquilo que eu faço, no meu campo de atuação,
está sendo feito por outros, da minha mesma categoria,
com os mesmos propósitos e sentidos”.
O processo de coletivização acontece quando as percepções e ações se deslocam do interesse individual para o coletivo, quando os problemas são percebidos e tratados como se fossem de todos e quando se permite visualizar um entendimento comum desses problemas.
Para o autor, é a coletivização que dá estabilidade a um processo de mobilização social, princípio tão necessário para a manutenção dos vínculos criados com o projeto.
Para Toro e Werneck (2004), o que distingue a coletivização da simples divulgação é seu compromisso com os resultados. A divulgação, muitas vezes, possui caráter promocional ou simplesmente informativo. O resultado esperado com essa ação é que as pessoas tenham conhecimento de determinada informação. Já na coletivização, o foco principal é no compartilhamento da informação, não somente na sua circulação por si só, e o resultado que se deseja é que o público forme diferentes opiniões, que sejam próprias de cada indivíduo, e se disponham a agir diante da causa divulgada.
Para que qualquer projeto de mobilização se consolide, o processo de coletivização é considerado o alicerce, pois é justamente neste processo que os públicos conhecerão de forma mais clara e profunda a causa proposta.
A seguir, é possível compreender as principais condições de coletivização, de acordo com Henriques. O autor considera a formação e a manutenção de um grupo que atua em prol de uma causa específica. As causas sociais necessitam de sujeitos que as defendam e contribuam para a sustentação daquilo que é proposto. Sendo assim, tais condições essenciais são:
Muitas vezes, nos questionamos sobre a razão de as pessoas não darem atenção para a nossa causa. Será que elas visualizam o problema que você tenta combater como algo concreto? Como você tem oferecido informações para que elas possam reconhecer isso? Lembre-se: esse é só o primeiro item dos quatro listados acima.
A mobilização não acontece do dia para a noite, e é muito importante que você busque a participação e colaboração de diferentes pessoas para que elas construam essas estratégias junto com você. Se quiser encontrar conteúdos e pessoas para aprender e conversar sobre esse tema, o Social.LAB pode ser um espaço para potencializar seu desenvolvimento.
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Natália Gonzales: Cofundadora da Nuclear.HUB, cujo propósito é conectar pessoas, causas e marcas por meio de estratégias de comunicação. Bacharel em Relações Públicas e mestra em comunicação pela Unesp, possui mais de 10 anos de experiência em comunicação, em organizações como Amcham, Mondelez International, Fundação Abrinq e Oracle. É mentora de comunicação no Distrito e ImpactHUB, além de ser co-líder de comunicação do Instituto Capitalismo Consciente da Filial de Campinas.
REFERÊNCIAS
HENRIQUES, Márcio Simeone.
Comunicação e mobilização social na prática da polícia comunitária. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
TORO, Jose Bernardo & WERNECK, Nisia Maria Duarte.
Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação.
Imprenta: Belo Horizonte, Autêntica, 2004.
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