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Sou captador(a) de recursos, e agora?

22 de julho de 2021

Este conteúdo foi produzido por Trackmob Soluções Digitais


Você sabia que a profissão de captador(a) de recursos foi recentemente registrada dentro do Código Brasileiro de Ocupações?¹. E sabia que não há no nosso país uma graduação em Captação de Recursos? Pois é! Essas informações mostram quantos desafios ainda temos nessa área e como são valiosas as experiências de todos que atuam direta ou indiretamente neste segmento. Não se sinta só! Mais do que isso, vamos te mostrar que você não precisa estar só, mesmo com tantos avanços por vir. Apesar do cenário desafiador, a rede de captadores de recursos é mais potente e numerosa a cada dia.


Aqui vamos elencar o que um(a) captador(a) de recursos precisa para trabalhar com estratégia e angariar doações. Logo, sente-se e aproveite; certamente esse texto te lembrará (ufa!) o tanto que você já percorreu e te encorajará a seguir.

Se você é gestor, também te auxiliará mostrando à sua equipe alguns valiosos caminhos de instrução e atenção para navegar melhor por esses mares.


Algo que já podemos dizer é: todos dentro da organização precisam ser, ao menos um pouco, captadores de recursos! Veja, um dos pontos que uma organização séria e transparente mais busca é o uso racional do que é arrecadado. A eficiência no uso dos recursos é super importante, pois deixa a fatia do que se investe nos projetos cada vez mais potente. Logo, não importa seu cargo na ONG - você deve sempre estar em busca de economizar, fazer parcerias, pedir desconto, correr atrás de doação, estimular a chegada de voluntários, e por aí vai.


Ah, e outro “alerta-alívio” - está tudo bem se você é formado(a) em alguma área de Humanas, Administração, Turismo ou até em áreas de exatas. O que interessa em primeira instância é o propósito de trabalhar pelo outro. Claro que uma boa dose de
soft skills (as habilidades de comunicação, boa escrita, relacionamento interpessoal) são incríveis de já ter contigo. Mas com a vontade de mudar o mundo, você já tem um valiosíssimo ingrediente para seguir na carreira.


Dada esta essência,
quais as principais características que um(a) bom (boa) captador(a) de recursos deve ter e fomentar na sua carreira? 


1. Saber pedir


Falamos no
artigo anterior: peça sem medo. Só mostrando as necessidades da nossa missão à sociedade, a pessoas físicas e jurídicas, patronos etc., que conseguiremos ir mais longe. As pessoas não são egoístas, elas só estão ocupadas demais, e às vezes pagar a doação para sua organização não está tão latente na cabeça como pagar a Netflix para curtir no final de semana. Peça para começar a doar; lembre que o boleto está para vencer; peça para voltar a doar; peça um aumento a doadores fiéis. 


2. Não ter vergonha


Mesmo que você tenha uma personalidade mais introvertida, arregace as mangas em prol da sua causa, não tenha vergonha de ligar novamente para aquele padrinho querido, aqueles voluntários amorosos. Assim como você e a organização que representa, as pessoas também têm propósito e não vão achar inconveniente o contato desde que recheado de missão e valores (que naturalmente vocês já possuem). Quantas pessoas já elogiaram seu brilho no olho ao falar do trabalho que faz, hum? Fortaleça-se aí e continue a nadar.


3. Ser estudioso


Apesar de não haver receita de bolo para uma captação com sucesso, há sim muitos modos de começar a captar, captar em volumes mais consideráveis, aprimorar o relacionamento com a base existente e atingir outros patamares de arrecadação. Existem inúmeros materiais gratuitos disponíveis na rede, além de mentores, consultores e pessoas com valiosas experiências no segmento publicando conteúdo de qualidade. Mesmo que já tenha anos na área, não ache que já sabe tudo – as novidades chegam ao terceiro setor também e você pode e deve estar conectado às tendências continuamente.


4. Ser curioso


Apesar de ser possível encontrar muitos conteúdos num simples toque no Youtube, por exemplo, se você não colocar uma boa dose de curiosidade sobre o que ouve, não vai absorver o conteúdo, pois dificilmente conseguirá linkar o dia a dia na organização àquele assunto teórico. Busque entender em que momento sua organização está, o que já foi feito em captação, o que ficou como projeto na gaveta e por quê. Queira fuçar as gavetas em busca de respostas e, aí sim, parta para a ação concreta. Algo maravilhoso é ver como organizações que você admira fazem a captação – já foi nas páginas de doação deles? Já se cadastrou/doou para entender como eles tratam o lead/doador no funil? A gente aprende com quem faz há mais tempo e não tem problema nenhum em buscar boas referências no setor. Lembre-se: estudar por estudar, sem aplicar na sua prática, pouco servirá aos resultados da organização. Fique atento.   


5. Aquele que fica longe de certezas absolutas


Ah, mas eu já sei de tudo isso”; “Não preciso escutar sobre esse assunto, já tentei e não deu certo”. Alerta! Um bom captador de recursos é aquele que testa. Mas testa mesmo. Não aquele que deixa a campanha uma semana no ar e já sai esbravejando que nada deu certo. É sobre ter calma, traçar um planejamento, fazer teste A/B, programar períodos minimamente válidos e calcular resultados controlando as variáveis do experimento em questão. Mudar tudo de vez, por exemplo, pode não ser um caminho. Controle seus testes. Tenha paciência e fique longe de quem tem muitas certezas ou achismos na área. Você precisa conhecer seu público e seus canais para, aí sim, começar a testar algumas frentes e passar a ter hipóteses. Finalmente, confie nos dados e nos números, eles são mais aliados do que nossas crenças individuais.


6. Busca inovar 


Sabia que o Google não foi o primeiro dispositivo de busca da Internet?² Quando você ouvir falar de inovação, não precisa pensar que  é levar a sua organização até a Lua ou fazer sua Captação ter a plataforma de BI (Business Intelligence) mais cara do mundo. Pense que você precisa inovar no sentido de progredir para obter mais resultado, em busca do que não fez anteriormente, a cada passo que der – são os chamados “baby steps” (passos de bebê). Se, por exemplo, você ainda depende do Excel, sua organização inova quando contrata um CRM³. Se um interessado em te ajudar precisa entrar num ambiente de e-commerce para doar (na verdade ele terá uma experiência de compra, não de doação), você inova quando traz uma plataforma de doação exclusiva ao terceiro setor⁴. Se a sua operação já roda muito bem, porém você ainda não sabe segmentar sua base de milhares de seguidores e seu telemarketing não converte como poderia, você inova ao contratar uma ferramenta de BI. Quando você está com canais de entrada de novos doadores saturados ou insuficientes para gerar o volume que precisa, você inovará ao propor um novo canal, como o Face to Face⁵, por exemplo. 

Entender as limitações de orçamento que a sua organização tem não pode ser argumento para não buscar inovar e se reinventar no cenário possível. Se pensa o contrário, releia o tópico 5 e depois leia com atenção o 8.


7. Não se contenta com a estrutura dada


Um(a) bom(boa) captador(a) de recursos é inquieto(a) e questionador(a). Ele(a) provoca as lideranças para que a organização dê passos mais ousados e esteja atenta às novidades. Se nos limitássemos ao status quo e não provocássemos mudanças, você acredita que o terceiro setor iria chegar aonde chegou? Seja o agente da mudança que você acredita no mundo, começando com a sua própria área, suas próprias possibilidades! Mar calmo não faz bom marinheiro, e estruturas prontas e com muitos recursos não fazem um(a) bom (boa) captador(a) de recursos, correto?


8. Buscar networking / rede de contatos


Quando falamos que você não precisa estar sozinho(a) é porque vemos cotidianamente o terceiro setor se fortalecendo. Os trabalhadores do segmento existem em cooperação, não em concorrência. Há quem ponha seus muros, mas esses são exceção, e a exceção só confirma a regra. Vemos parceiros no setor; vemos pessoas se ajudando; indicando colegas para vagas entre as organizações; passando o contato de boas ferramentas etc. É lindo de ver, e você não vai querer ficar fora disso, né? Para mulheres, existe até o movimento Conexão Captadoras⁶, em que mais de 100 mulheres estão juntas em rede e diariamente trocando boas práticas e fortalecendo a área no país. Esteja próximo, busque seus pares, faça conexões no Linkedin e crie verdadeiros laços com quem já experiencia o mundo da Captação há mais tempo. Além disso, existe o chamado segundo setor e meio, do qual a Trackmob faz parte, que divulga materiais de excelente qualidade, além de ofertar produtos e soluções específicas para suas necessidades. 


Assista nosso episódio VI da série TrackLearning, que fala sobre a formação de captador de recursos com dois exemplos de trajetórias de sucesso na área. Temos certeza que, com esse texto, esse episódio e muita vontade de mudar o mundo, você transformará as dúvidas e medos em ações e resultados desde já.



Este conteúdo foi produzido por Trackmob Soluções Digitais


Referências


¹ https://captadores.org.br/abcr/captacao-de-recursos-se-torna-uma-profissao-oficialmente-reconhecida/

² https://canaltech.com.br/internet/conheca-a-historia-dos-buscadores-e-veja-como-o-google-alcancou-o-topo-47289/

³ https://trackmob.com.br/crm/

⁴ https://trackmob.com.br/pagina/

https://trackmob.com.br/aplicativo/

⁶ https://www.linkedin.com/company/conexao-captadoras/





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Referências: https://www.intergenerational-trauma.com/ https://ssir.org/articles/entry/healing-trauma-systems CYCLES OF TRAUMA AND THE JOURNEY TO WELLBEING: A Framework For Trauma Informed Practices & Positive Social Change. Executive Summary & Part I: Why Does Trauma Matter for Wellbeing and Social Change?
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Em 2025, as mudanças climáticas pautarão ainda mais o Terceiro Setor. Seus impactos afetam diretamente comunidades vulneráveis, economias locais e projetos sociais. Durante o webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor, integrantes da Phomenta destacaram como as ONGs podem atuar para contribuir no enfrentamento à crise global enquanto promovem sua própria sustentabilidade. Como as mudanças climáticas afetam as comunidades vulneráveis De acordo com o estudo realizado pelo braço de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre 2020 e 2023, registramos uma média anual de 4.077 desastres relacionados ao clima no Brasil, quase o dobro em comparação às duas décadas anteriores. Enchentes como as registradas no Rio Grande do Sul em 2024 ou secas prolongadas em regiões do Nordeste brasileiro evidenciam o desequilíbrio ambiental que afeta principalmente populações mais pobres. O conceito de justiça climática é central nesse debate. Ele propõe que os custos das mudanças climáticas e as ações de adaptação sejam distribuídos de forma justa, priorizando quem mais sofre com os impactos. Porém, segundo a pesquisa Justiça Climática no Brasil , da PwC e o Instituto Locomotiva, apenas 32% dos brasileiros estão familiarizados com o termo, embora 75% reconheçam sua importância quando explicados. Isso reforça o papel das ONGs na educação e mobilização da sociedade, uma das oportunidades para o Terceiro Setor em 2025. Por que ONGs devem priorizar as mudanças climáticas em 2025 As mudanças climáticas influenciam diretamente os planos de atuação e captação de recursos das ONGs. O aumento de desastres naturais não apenas amplia a demanda por ações emergenciais, mas também exige que as organizações adaptem suas práticas e desenvolvam soluções sustentáveis. Leia mais: https://www.portaldoimpacto.com/7-ongs-e-movimentos-que-pautam-justica-climatica-para-conhecer Essa preparação inclui repensar projetos e direcioná-los para as populações mais vulneráveis. Por exemplo, uma ONG que trabalha com segurança alimentar pode incorporar ações para apoiar agricultores familiares afetados por secas ou enchentes. Já organizações que atuam com habitação popular podem focar em soluções de moradia resiliente para eventos climáticos extremos. Tendências e oportunidades para as ONGs em 2025 Captação de recursos alinhada à sustentabilidade: Com o aumento do interesse corporativo em práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), muitas empresas estão buscando apoiar projetos sustentáveis. ONGs que apresentarem propostas bem estruturadas e transparentes têm grandes chances de atrair financiamento. Educação e conscientização ambiental: A falta de conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas é uma barreira, mas também uma oportunidade. Campanhas educativas podem sensibilizar mais pessoas sobre a importância de ações climáticas e engajar novos apoiadores. Participação na COP30: A Conferência do Clima, que será realizada em Belém do Pará, será uma vitrine global para destacar soluções climáticas locais e reforçar o papel do Brasil na agenda ambiental. ONGs podem aproveitar o evento para ganhar visibilidade, ter novas ideias e estabelecer parcerias. Uso de ferramentas tecnológicas: Plataformas como o Radar de Editais ( https://www.portaldoimpacto.com/radar-de-editais ) ajudam ONGs a encontrar oportunidades de financiamento para projetos relacionados à sustentabilidade. Além disso, tecnologias como sistemas de monitoramento climático podem ser incorporadas em ações locais. As mudanças climáticas representam um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade para as ONGs liderarem ações inovadoras. Com estratégias, parcerias e educação ambiental, é possível não apenas mitigar os efeitos das crises climáticas, mas também promover justiça social e ambiental. Confira o Webinar na íntegra para saber mais sobre o assunto
Por Instituto Phomenta 21 de janeiro de 2025
O que o futuro reserva para o financeiro das ONGs? Sabemos que essa é uma pergunta que afeta integrantes do Terceiro Setor em todo início de ano, e foi um dos temas que norteou o webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor , promovido pela Phomenta em dezembro de 2024. Durante o evento, profissionais da Phomenta trouxeram dados sobre o cenário que se espera para as organizações no próximo ano, além de comentar caminhos para enfrentar a competição por recursos e fortalecer a sustentabilidade das organizações. Um cenário de ajustes e adaptações Os números apresentados no webinar destacaram o aumento do interesse em práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) entre empresas, mas também revelaram um dado preocupante: 62% dos investidores sociais preveem reduzir seus aportes em 2025, de acordo com o Relatório BISC 2024. Isso evidencia um cenário desafiador para as ONGs, que precisarão diversificar fontes de financiamento e buscar novas formas de engajamento com doadores. Paralelamente, o uso de leis de incentivo foi apontado como uma alternativa cada vez mais relevante. As ONGs que conseguem estruturar projetos consistentes e alinhados aos requisitos legais têm atraído investidores interessados nos benefícios fiscais. Confira o Webinar na íntegra:
Por Instituto Phomenta 13 de janeiro de 2025
A Inteligência Artificial (IA) tem impactado profundamente diferentes áreas da sociedade, e sua aplicação no campo social não é exceção. Para as ONGs, essa tecnologia pode oferecer oportunidades de otimizar processos, ampliar alcance e gerar maior impacto em suas causas, mas também apresenta desafios que precisam ser abordados com ética e responsabilidade. O que é a Inteligência Artificial e como ela pode ajudar as ONGs? A IA é um ramo da tecnologia que simula capacidades humanas como aprendizado, tomada de decisão e reconhecimento de padrões. No contexto das ONGs, isso significa ferramentas que podem automatizar tarefas, analisar grandes volumes de dados e melhorar a eficiência operacional. Além disso, sistemas de IA podem ser adaptados para atender pessoas com deficiências, ampliando o alcance das organizações e tornando suas ações mais inclusivas. Leia mais: https://www.portaldoimpacto.com/inteligencia-artificial-e-seu-potencial-para-as-ongs-parte-1-4 E na prática? Algumas ONGs já fazem uso destas ferramentas através de: Chatbots: Os chatbots são programas de computador que simulam uma conversa humana, oferecendo respostas automáticas e personalizadas. Eles podem ser usados para facilitar a comunicação, como no atendimento a dúvidas frequentes de beneficiários ou doadores, reduzindo custos e otimizando o tempo da equipe. Análise de dados: A Inteligência Artificial pode identificar padrões em campanhas de doação, prever demandas futuras e melhorar a alocação de recursos. Campanhas personalizadas: ONGs podem usar IA para segmentar públicos e criar mensagens mais efetivas, aumentando o engajamento com a causa. Em 2025, espera-se que essas inteligências sejam ainda mais utilizadas. O assunto foi discutido no Webinar Futuro em Foco, da Phomenta, que buscava apresentar as principais tendências para Terceiro Setor. Confira abaixo:
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