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Uma conversa sobre sustentabilidade econômica

6 de abril de 2021

Uma conversa sobre sustentabilidade econômica.

sustentabilidade econômica

Dinheiro é sempre um problema.


Ou pelo menos é isso que muitas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) acreditam. Chega um momento para toda organização em que pensar em dinheiro, ou na falta dele, passa a ser uma preocupação de tirar o sono. Você quer gerar mais impacto e oferecer mais para os seus beneficiários, mas não tem dinheiro que chegue e você não sabe onde conseguir mais. Ou, com sorte, você consegue um convênio ou uma parceria que vai gerar uma boa grana, mas é só por um ou dois anos, ou ainda exclusiva para alguma atividade.

Seja qual for a situação da sua organização nesse momento, se você está lendo esse texto, está na hora de trocar o foco da preocupação com dinheiro para a busca pela sustentabilidade econômica. Você está pronto para essa conversa? Nós acreditamos que sim!


Aqui na Phomenta, nós definimos Sustentabilidade Econômica como a
capacidade de uma organização de possuir recursos financeiros adequados para continuar existindo no longo prazo. Ou seja, ter recursos suficientes para que sua organização continue oferecendo impacto enquanto existir.


Se isso lhe parece um sonho impossível, é porque meio que é. A sustentabilidade econômica não é um lugar aonde se chega, e sim um horizonte que te guia. E pensando nela como um horizonte, você pode estar mais perto ou mais longe dessa utopia.


Existem fatores que te ajudam a chegar cada vez mais perto. Mas antes de entrarmos neles, queremos te propor um exercício: pegue uma folha de papel e, lá no lado direito, no final da folha, escreva “sustentabilidade econômica” (pode fazer um desenho também se quiser).


Sustentabilidade econômica


Agora escreva (ou desenhe) do lado esquerdo onde sua organização está. Ela está perto da sustentabilidade econômica ou bem longe? Está mais ou menos no meio do caminho?



Sustentabilidade econômica


Não se preocupe, não existe
certo ou errado. Mas para começar essa jornada, você precisa saber exatamente em que ponto você está. (Se você não sabe muito bem onde está, não se preocupe, no final desse texto tem mais um exercício para te ajudar a definir!)


Mesmo vendo a sustentabilidade econômica como um guia e não um lugar, existem fatores que vão levar sua organização para mais perto desse horizonte tão sonhado. Esses fatores são: diversificação de receitas, fontes recorrentes, fluxo de caixa, concentração em uma pessoa e receitas com restrições.


Diversificação de receitas

Diversificação e risco têm um relacionamento bem forte e oposto. Se você só tem uma fonte de receita, por exemplo, você está correndo um risco altíssimo porque, se por qualquer motivo essa fonte de receita ficar indisponível, você vai perder tudo. Se seu convênio ou parceria acaba, ou mesmo se dá um problema na transferência e você fica um mês sem receber aquele valor esperado, o que você faz?


Por isso, um dos critérios de boas práticas de transparência e gestão do comitê internacional ICFO é que a OSC possua pelo menos 3 fontes de receitas diferentes em seu orçamento anual.


Fontes recorrentes

Nesse ponto, estamos considerando receitas recorrentes como receitas livres, ou seja, sem restrição de uso. Ter esse tipo de receita organizada de uma forma que você sabe quanto e quando vai vir te permite planejar e se preparar, tanto para definir atividades e ações, quanto para criar eventos pontuais para suprir o que falta. Você vai poder, por exemplo, se comprometer a comprar materiais novos no mês seguinte porque você sabe que tem dinheiro vindo e que vai estará disponível para isso. O importante desse ponto é que ter receitas recorrentes gera previsibilidade e permite planejamento!


Fluxo de caixa

Olhar para o fluxo de caixa é entender as contas da sua organização ao longo do tempo e se preparar para o que está por vir. Por exemplo, se você sabe que todo mês entram R$ 1.000 de serviços prestados e R$ 200 de um bazar, e você também sabe que em setembro vocês vão fazer uma grande ação que vai precisar de materiais e marketing, você consegue planejar o quanto guardar todo mês ou decidir fazer um evento de arrecadação em maio. O fluxo de caixa vai te ajudar a entender quando e quanto está entrando, e quando e quanto precisa ser gasto. A análise do fluxo de caixa pode ser mais complexa do que você consegue lidar no momento, e é nessas horas que ter uma pessoa ou uma equipe focada nisso vai te trazer uma vantagem incrível. 


Concentração em uma pessoa

Sabemos como é difícil para OSCs começar a criar uma equipe dedicada à captação de recursos, mas acreditamos que é necessário. Um dos motivos é que, se está tudo concentrado em você ou em uma pessoa só, o que acontece quando essa pessoa sai? Ou se ela fica doente? Essa pessoa consegue tirar férias? É possível que a concentração de informação ou de atividades em uma pessoa seja a maior barreira para a sua organização se tornar sustentável. Criar equipes é uma boa prática, mas, além disso, criar manuais e treinamentos, e incluir outras pessoas em reuniões ou conversas vai gerar um benefício exponencialmente maior que o trabalho necessário para preparar isso tudo.


Receitas com restrições

Existem receitas que você pode usar de forma livre e direcionar para o que a organização estiver precisando no momento, mas um tipo muito importante de receita que está bastante presente em editais, convênios e parcerias são as receitas restritas. Ou seja, receitas que só podem ser usadas para bancar custos bem específicos e predeterminados. A nossa primeira recomendação é ler bem o contrato e entender como o recurso pode ser usado antes de assinar ou aceitar. Já vimos vários casos de organizações que entram em editais para gerar mais renda, e acabam criando despesas ainda maiores que não conseguem pagar. A segunda recomendação é prestar bastante atenção para só usar esse dinheiro com o que for permitido e guardar todas as notas fiscais e comprovantes, porque usar esses recursos de forma errada pode gerar muita dor de cabeça. Como uma última  recomendação é se preparar para conseguir recursos de outra forma para pagar os custos que não são permitidos. Pode ser extremamente válido a sua equipe de captação focar em criar ou buscar fontes de receitas que são livres para te dar liberdade de decidir com o que usar.


Agora que você sabe os fatores que influenciam a distância entre sua organização e a sustentabilidade econômica, vamos te propor mais um exercício (sim, aquele que falamos quando te pedimos para desenhar). Esse é bem importante, tanto para quem conseguiu desenhar onde sua organização está quanto para quem não conseguiu. 


Obs: Para esse exercício, talvez você precise da participação da sua equipe de captação de recursos e/ou de contabilidade.


Pegue o papel de novo, e vire. Divida em 3 seções.


Na primeira seção, responda às seguintes perguntas:

Em que momento está a minha organização? Estamos crescendo? Estamos diminuindo? Temos um tamanho que pretendemos manter por enquanto?


Na segunda seção, responda:

  1. Quanto precisamos captar de recursos até o próximo mês? Por que esse valor?
  2. Quanto precisamos captar de recursos até o final do ano? Por que esse valor?
  3. Quanto precisamos captar de recursos para o próximo ano? Por que esse valor?


Na terceira seção:

Liste todas as suas fontes de receita e coloque qual o percentual que essa fonte corresponde do total.


Seu papel deve ficar mais ou menos assim:

Sustentabilidade econômica


Considerando tanto os fatores que levam você mais perto da sustentabilidade econômica quanto onde sua organização está no momento, vire o papel de novo.
O que você tinha desenhado antes ainda faz sentido? Se precisar, faça ajustes, trazendo sua organização para mais perto ou mais longe do que você tinha colocado antes.


Não jogue fora esse papel agora que concluiu o exercício! Ele pode se tornar um mapa para guiar sua jornada em direção à sustentabilidade financeira porque com ele você já consegue se organizar e entender bastante coisa da sua organização. Um primeiro ponto para observar é quantas fontes de receita você listou e qual a porcentagem que cada uma representa para a sua organização. Estão diversas o suficiente? Como você pode trazer mais sustentabilidade para essa área? Outro ponto importante é que agora você sabe quanto dinheiro precisa para o próximo mês, até o final do ano e para o próximo ano. Compare essas informações com suas receitas. Elas cobrem tudo? Como você pode arrecadar o que precisa?


Lembramos que sustentabilidade econômica é uma utopia! Mas isso não significa que não tem nada que você possa fazer a respeito. Este texto é um convite à reflexão e a algumas análises iniciais sobre a saúde financeira da sua organização - e são muito importantes. Ao finalizar os exercícios propostos, contem para a Phomenta os resultados! 






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Em 2025, as mudanças climáticas pautarão ainda mais o Terceiro Setor. Seus impactos afetam diretamente comunidades vulneráveis, economias locais e projetos sociais. Durante o webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor, integrantes da Phomenta destacaram como as ONGs podem atuar para contribuir no enfrentamento à crise global enquanto promovem sua própria sustentabilidade. Como as mudanças climáticas afetam as comunidades vulneráveis De acordo com o estudo realizado pelo braço de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre 2020 e 2023, registramos uma média anual de 4.077 desastres relacionados ao clima no Brasil, quase o dobro em comparação às duas décadas anteriores. Enchentes como as registradas no Rio Grande do Sul em 2024 ou secas prolongadas em regiões do Nordeste brasileiro evidenciam o desequilíbrio ambiental que afeta principalmente populações mais pobres. O conceito de justiça climática é central nesse debate. Ele propõe que os custos das mudanças climáticas e as ações de adaptação sejam distribuídos de forma justa, priorizando quem mais sofre com os impactos. Porém, segundo a pesquisa Justiça Climática no Brasil , da PwC e o Instituto Locomotiva, apenas 32% dos brasileiros estão familiarizados com o termo, embora 75% reconheçam sua importância quando explicados. Isso reforça o papel das ONGs na educação e mobilização da sociedade, uma das oportunidades para o Terceiro Setor em 2025. Por que ONGs devem priorizar as mudanças climáticas em 2025 As mudanças climáticas influenciam diretamente os planos de atuação e captação de recursos das ONGs. O aumento de desastres naturais não apenas amplia a demanda por ações emergenciais, mas também exige que as organizações adaptem suas práticas e desenvolvam soluções sustentáveis. Leia mais: https://www.portaldoimpacto.com/7-ongs-e-movimentos-que-pautam-justica-climatica-para-conhecer Essa preparação inclui repensar projetos e direcioná-los para as populações mais vulneráveis. Por exemplo, uma ONG que trabalha com segurança alimentar pode incorporar ações para apoiar agricultores familiares afetados por secas ou enchentes. Já organizações que atuam com habitação popular podem focar em soluções de moradia resiliente para eventos climáticos extremos. Tendências e oportunidades para as ONGs em 2025 Captação de recursos alinhada à sustentabilidade: Com o aumento do interesse corporativo em práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), muitas empresas estão buscando apoiar projetos sustentáveis. ONGs que apresentarem propostas bem estruturadas e transparentes têm grandes chances de atrair financiamento. Educação e conscientização ambiental: A falta de conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas é uma barreira, mas também uma oportunidade. Campanhas educativas podem sensibilizar mais pessoas sobre a importância de ações climáticas e engajar novos apoiadores. Participação na COP30: A Conferência do Clima, que será realizada em Belém do Pará, será uma vitrine global para destacar soluções climáticas locais e reforçar o papel do Brasil na agenda ambiental. ONGs podem aproveitar o evento para ganhar visibilidade, ter novas ideias e estabelecer parcerias. Uso de ferramentas tecnológicas: Plataformas como o Radar de Editais ( https://www.portaldoimpacto.com/radar-de-editais ) ajudam ONGs a encontrar oportunidades de financiamento para projetos relacionados à sustentabilidade. Além disso, tecnologias como sistemas de monitoramento climático podem ser incorporadas em ações locais. As mudanças climáticas representam um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade para as ONGs liderarem ações inovadoras. Com estratégias, parcerias e educação ambiental, é possível não apenas mitigar os efeitos das crises climáticas, mas também promover justiça social e ambiental. Confira o Webinar na íntegra para saber mais sobre o assunto
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