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As melhores plataformas de doação e de crowfunding no Brasil

30 de novembro de 2023

Neste artigo, João Paulo Vergueiro analisa as principais plataformas de financiamento coletivo e doação utilizadas no Brasil. Confira a análise que pode ser muito útil para a organização que você atua:

Quando a pandemia começou eu fiquei maluco acompanhando as doações pelo país.


Como já comentei aqui antes, a gente tinha o Monitor das Doações COVID 19, iniciativa da ABCR, onde trabalhei até janeiro deste ano.


Além de identificar os grandes valores que estavam sendo doados, nós também olhávamos para as campanhas de financiamento coletivo online que tinham a COVID como foco, o famoso crowdfunding.

Eram centenas delas, por todo o país, que contaram com mais de setecentas mil pessoas doando, isso sem contar o que a gente não conseguiu mapear.


Foi algo incrível, definitivamente o maior movimento de solidariedade na história do país, e que dava um grande trabalho registrar, porque eu tinha que entrar plataforma por plataforma, campanha por campanha, atualizar os valores das doações e também o número de pessoas que tinha doado. E fazia isso todos os dias, porque o Monitor não parava, foi assim até meados de 2021.


Mas eu não fiquei apenas contando doadores, eu doei também.


E fiz dezenas de doações nesse período, talvez uma centena, todas pequenas doações, sempre de acordo

com a minha capacidade financeira, geralmente algo em torno de 30 a 50 reais cada uma.


Cada vez que eu doava eu aprendia um pouco. Porque cada plataforma e cada página de doação tem o seu perfil, tem a sua característica, e nenhuma é exatamente igual à outra, todas são diferentes.


À medida que eu ia doando e que eu ia aprendendo, ia também formando minha opinião sobre as plataformas. Algumas muito fáceis e rápidas de se doar, outras mais complicadas. Algumas visualmente mais bonitas, outras mais feias. Teve até plataforma que eu desisti, por não ter conseguido concluir a doação.


E como eu já trabalhava estudando e promovendo doações, na ABCR e no Dia de Doar, era natural que eu também tivesse um olhar mais atento em relação às plataformas.


Por isso, desde aquela época eu queria fazer um processo mais estruturado de avaliação das páginas de doação online, como nos famosos testes de “cliente oculto” que a gente ouve falar (eu sempre quis ser remunerado para ir em bons restaurantes e hotéis fazer avaliações secretas deles, mas ninguém nunca me convidou para isso, que pena!).


Com o início da newsletter aqui no LinkedIn finalmente veio a vontade de levar adiante esse ideia, inclusive porque não lembro de alguém ter feito isso recentemente no Brasil, então eis que apresento em primeira mão a “lista JP” das melhores plataformas de crowdfunding e de doação no Brasil.


Primeiro, é importante dizer que eu avaliei dois tipos diferentes de plataformas:

  1. As de financiamento coletivo (crowdfunding), quando as campanhas são realizadas na própria página da plataforma;
  2. As de doações online, cuja página fica dentro do site da ONG, ou é um link que se acessa diretamente a partir da página da instituição sem fins lucrativos.


São plataformas distintas e com propósitos diferentes, por isso elas foram avaliadas separadamente, ainda que em ambos os casos eu tenha olhado os mesmos critérios.


É importante dizer também que, no caso das páginas de doação online, eu não julguei as ONGs que as utilizam, analisei somente as plataformas. Por isso não levei em consideração o quão fácil é chegar a essa página a partir do momento em que a pessoa acessa o site da instituição (deveria ser, por sinal).

E o que foi que eu avaliei em cada uma delas?


  1. O mais importante para mim é a facilidade de doar. Doar tem que ser rápido e fácil, e esse é o critério que recebeu maior consideração na minha análise.
  2. A régua de relacionamento foi outro critério. Uma vez realizada a doação, há uma continuidade nesse contato, com um email de agradecimento ou uma mensagem de WhatsApp? E como é esse contato?
  3. Finalmente, o último ponto analisado foi a experiência geral ao realizar a doação. É prazerosa? Agradável (inclusive visualmente)?


Neste último ponto, era importante lembrar que há dois caminhos principais para acessar as páginas para realizar as doações: pelo celular ou pelo computador.


Para ter a experiência completa eu acessei todas as plataformas a partir de ambos. Porém, no momento de efetivar a doação, optei pelo celular, que é o mais utilizado pela maioria das pessoas.


Finalmente, para evitar que meu histórico anterior de acesso às plataformas influenciasse a minha experiência ao realizar as doações, optei por utilizar navegadores novos, sem senhas ou cookies previamente salvos.

Ah sim, e doei utilizando o cartão de crédito. Além de me oferecer milhas para cada doação que faço (afinal de contas, além de fazer o bem quero viajar também), o cartão é o meio comparável em todo o mundo, diferente de boletos e PIXs, que só existem no Brasil.


As páginas de financiamento coletivo que avaliei foram:


As plataformas de doação online analisadas foram:


Uma última informação importante, para evitar qualquer indício de suspeição por parte deste avaliador, é informar que já tive algum tipo de relacionamento com praticamente todas essas plataformas. Além de já ter doado por elas, fiz parcerias institucionais com a grande maioria, fui cliente, patrocinado por algumas delas, e até membro de conselho consultivo. E, por isso, é importante explicar que os critérios utilizados no julgamento foram única e exclusivamente os citados acima, e não meu histórico anterior com qualquer uma das plataformas avaliadas.


Então vamos às análises!


Plataformas de financiamento coletivo para doação


Abacashi: um sacrifício doar por aqui. Tem que criar um perfil antes, não tem como doar sem estar "logado". Não consegui realizar a doação pelo celular e fui obrigado a fazer pelo computador. Depois vieram dois e-mails automáticos, sendo um com uma pesquisa de opinião sobre o site.


Benfeitoria: tem uma ótima opção que é a doação rápida pelo PIX. Muito útil para quem aderiu a essa forma de transferência de dinheiro – a maioria da população brasileira, inclusive. Para doação via cartão tem que preencher muitos campos, demora um pouco, e a plataforma usa o verbo “pagamento” ao invés de “doação”, o que é incorreto e deixa a impressão errada. O e-mail de agradecimento vem escrito de forma genérica: “caso seu pagamento não tenha sido realizado...”.


Catarse: plataforma ruim para quem quer receber doações, mais estruturada para projetos como financiamento de jogos, quadrinhos etc. Tive que “caçar” no filtro uma campanha para doar. Usa a expressão “pagamento” ao invés de “doação” e não enviou e-mail de agradecimento, apenas um genérico dizendo que a contribuição tinha sido iniciada e que depois eu receberia o de confirmação, mesmo a doação já tendo sido lançada no cartão.


Kickante: a única que não consegui efetivar a doação, porque foi recusada pelo cartão. Como fiz as doações em ordem alfabética, segui para as outras plataformas e o cartão passou normalmente, então fico com a impressão que é um problema da plataforma, não do cartão ou do banco. Tem a possibilidade de doar via PIX, rapidamente, mas só aparece no computador. E mostra várias campanhas encerradas, difícil encontrar uma campanha nova e ativa para doar, deu a impressão de ter poucas opções. Usa o verbo “pagamento” ao invés de “doação”.


Vakinha: fácil e rápido de doar, quase não pede dados. Tem o melhor e-mail de agradecimento dentre todas, completo e útil. Não confirma imediatamente a doação via cartão, aparece página automática dizendo que o “pagamento” (sic) está em análise. E tem algo incomum e que me causou estranhamento: ao doar 25 reais ganha-se um cupom para concorrer a 15 mil reais em dinheiro. Fui pesquisar e, na verdade, esse sorteio é de um título de capitalização, que a pessoa que doa passa a concorrer a um prêmio que seria, na origem, da própria plataforma.


Voaa: fácil e rápida de doar, além de ser a única que oferece uma quarta opção de doação (além de boleto, PIX e cartão de crédito), o PayPal. Uma boa experiência como usuário/doador. O único ponto negativo é o e-mail de agradecimento, que não veio, apenas uma mensagem dizendo que meu cadastro na plataforma estava pronto e já podia começar a doar. Isso é relevante.


Avaliação final:

  • Melhores plataformas para doar: Voaa e Vakinha;
  • Plataformas que menos gostei de doar: Kickante e Abacashi.


Plataformas de doação


No caso das páginas de doação, o processo foi um pouco diferente porque eu precisei identificar organizações sem fins lucrativos que são clientes das empresas e usam sua tecnologia. Com exceção da Doação Solutions, todas elas mostram em seus sites algumas delas que usa ou que já usou os serviços da empresa, e não foi difícil encontrar ONGs para fazer a doação. Abaixo minha avaliação sobre elas, com a indicação de qual organização recebeu minha doação.


Abrace uma Causa (Cruz Vermelha de São Paulo): foi a única das páginas que não consegui concluir a doação, nem pelo celular ou pelo computador. Tentei 3 vezes e não aparece o lançamento nem no aplicativo do banco, o que me faz achar que o problema foi da plataforma, não do cartão. Além disso, ao não aprovar a doação, a plataforma abriu automaticamente uma página para criação de login, o que é estranho. Outro ponto é que ela automaticamente adiciona ao valor da doação os custos com a transação. Ou seja, você fala que quer doar um valor e obrigatoriamente acaba doando um valor maior, não há a opção de não cobrir esses custos. Não sei dizer se essa é uma escolha da plataforma ou da organização que a utiliza, mas como experiência me parece uma opção ruim não doar o valor que eu realmente quero doar.


Bliiv (Casa Hope): fui obrigado a criar um cadastro primeiro, para poder doar, e ainda tive que provar que sou humano, naqueles testes “malucos” (o meu foi clicar nos hidrantes, dentre as imagens apresentadas). Depois recebi três e-mails de confirmação/agradecimento da doação, sendo que nenhum usando o domínio da própria instituição.


Doação Solutions (Kibô-no-Iê): a única plataforma, dentre todas as de doação e as de financiamento coletivo analisadas, que não aceita o PIX para doar. E isso mesmo depois de 3 anos de lançado e com sua grande disseminação por todo o país. Também tive que confirmar que sou humano antes de doar, deixando o processo mais vagaroso. Mas de forma geral é fácil e rápido de se doar. O e-mail de agradecimento da doação demorou pelo menos 5 minutos para chegar, um tempo excessivo e muito maior que de todas as demais plataformas.


Doare (Ação da Cidadania): a plataforma que mais oferece opções para quem vai doar. Além do PIX, crédito e boleto, também possibilita PicPay, ApplePay, etc. Doar é rápido, com poucos dados solicitados, e quem doa ainda tem a opção de escolher se quer cobrir os custos da transação. Vieram dois e-mails de agradecimento automáticos, um da plataforma e outro da organização. Usa a expressão “pagamento” em alguns lugares.


Trackmob (Fundação Gol de Letra): rápida de se doar, com poucas opções para serem preenchidas. Pelo celular um pouco mais complicada em razão de como as opções são apresentadas. O texto fala em “doação” o tempo todo. A única curiosidade é que fiz uma doação única e o e-mail de agradecimento informou que ela era mensal. Esse tipo de equívoco assusta qualquer pessoa que tenha doado.


Avaliação final:

  • Melhores páginas de doação: Doare e Trackmob;
  • Páginas que menos gostei de doar: Abrace uma Causa e Bliiv.


Conclusão

Foram 11 tentativas de doação, das quais 9 realizadas com sucesso, em valores de 25 a 50 reais. Todas feitas com o mesmo cartão de crédito, criado temporariamente e com o único objetivo de realizá-las.


Ainda que a beleza ou o visual de cada plataforma não tenha sido preponderante na avaliação, o fato é que cada uma delas é diferente da outra, os estilos são perceptíveis, e tem algumas que me agradam mais que outras (tentei não levar em conta critérios subjetivos como cores favoritas, etc).


Como você viu, eu "peguei muito no pé" de quem pede um cadastro prévio para que a doação seja realizada. Isso me parece um dos principais erros de construção de qualquer plataforma, porque alonga o tempo que a pessoa precisa para efetivar a doação, aumentando o risco de ela ser perdida no caminho.


Também não me pareceu necessário confirmar que quem doa é humano. Perde-se tempo com algo irritante e ineficaz: quem frauda cartões não o faz para realizar doações a ONGs sérias.


No geral, senti pouca dificuldade de doar usando o celular. Apesar de eu ter preferência pelo computador, foi bastante rápido doar com o aparelho móvel, o que é algo também muito importante para a experiência do usuário.


Sei que há outras plataformas de financiamento coletivo e de doação no mercado, mas avaliei as que entendo que são as principais do setor. E, infelizmente, não são muitas.


Procurei fazer uma análise pela perspectiva de quem está doando. Essa é uma experiência fácil de você reproduzir, é só ir lá e fazer suas próprias doações e chegar às conclusões, iguais ou diferentes das minhas.

Porém, se você é parte da equipe de captação de recursos de uma instituição sem fins lucrativos, você vai querer avaliar as condições e serviços que a empresa que detém a tecnologia oferece a você, inclusive o custo dela.


E, também nesse caso, olhar pela perspectiva de quem doa é importante, porque uma plataforma de baixo custo pode ser atraente em um primeiro momento, mas se ela dificulta que as pessoas doem, na prática o custo dela acaba sendo maior, já que o retorno é bem menor.


Vai lá, vai agora fazer sua avaliação também – e aproveite para realizar muitas delas. Depois me conta o que você achou!

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Texto originalmente publicado na newsletter Filantropia à Brasileira, de João Paulo Vergueiro. Atualmente, JP é diretor do Hub América Latina e Caribe do GivingTuesday, doutorando estudando filantropia, professor na FECAP, pai, voluntário e mais.


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Disponível em:<[ https://www.viannasapiens.com.br/revista/article/view/97/83 ]>. Acesso em: 30 jan. 2025. GALLEGO, Angélica Helena Santini Montes; GALINDO, Daniel dos Santos. Criança Esperança: exemplo do marketing de causas sociais, articulado pelas relações públicas. In: V CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007. Disponível em: <[ http://www.intercom.org.br/papers/outros/hmidia2007/resumos/R0193-1.pdf] >. Acesso em: 30 jan. 2025. ACEVEDO, Claudia Rosa; OLIVEIRA, Leonardo Domingues de; SILVA, Rafael Mendes; CATÃO, Bruno Alves. Percepção de consumidores sobre ações de marketing de causa de empresas privadas . South American Development Society Journal , São Paulo, v. 6, n. 17, p. 40-58, 2020. Disponível em: https://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/300 . Acesso em: 3 fev. 2025.
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No artigo anterior , discuti sobre algumas das características que diferenciam o Terceiro Setor, além de decisões difíceis que toda liderança de uma ONG enfrenta em sua rotina. E, seguindo a sequência de conteúdos, aaixo compartilharei sobre as etapas de uma decisão com base na literatura do tema. Na liderança de uma organização e na correria do dia a dia, um dos maiores erros que podemos cometer é não estruturar as informações para tomar uma decisão difícil ou importante. O cansaço e/ou a falta de tempo acabam nos levando para um caminho de escolher uma opção pela intuição ou a que soa mais razoável, sem de fato entender nosso verdadeiro objetivo ou explorar e esgotar todas as alternativas possíveis. Uma coisa que aprendi liderando equipes, áreas e uma organização é que nem toda decisão precisa ser tomada no momento em que uma decisão é demandada de você ou de um grupo do qual você faz parte. Com exceção de emergências, quando cada segundo é valioso, podemos pedir mais tempo para refletir melhor sobre as opções levantadas, conversar com outras pessoas e pensar em novas opções. As etapas da tomada e decisão John Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa apresentam em seu livro “Decisões Inteligentes” um modelo formado por cinco etapas: Problema Qual problema estamos tentando resolver? Muitas vezes partimos para a solução sem delimitar o problema que buscamos solucionar. Objetivo Qual o objetivo principal ao se tomar essa decisão? Alternativas Criação de alternativas viáveis para avaliação posterior Consequências Quais as consequências de cada alternativa? Ao escolher uma alternativa, o que ela gera além de tentar resolver o problema? Concessões (tradeoffs) Dificilmente uma alternativa atenderá todos os objetivos e resolverá completamente um problema difícil e complexo. Ao escolher uma alternativa, do que estou abrindo mão? Decisão Após avaliar e comparar as alternativas, chegou a hora de decidir. Estruturar a decisão seguindo as etapas com certeza ajudará a refletir para uma decisão mais consciente e melhor. Porém, isso não significa um resultado melhor. Aprendemos na prática em nossa vivência nas organizações que não é possível controlar todos os resultados após a tomada de uma decisão. Ou seja, diversos fatores externos influenciarão no resultado final (fenômeno este muito presente na avaliação de impacto, na qual se discute como isolar os fatores externos), seja porque a equipe não executou como o planejado ou porque alguma nova informação (que surgiu após a decisão) evidenciou que a alternativa escolhida não era a melhor. “Uma boa decisão pode gerar um resultado negativo, assim como uma má decisão pode gerar um resultado considerado negativo” Afinal de contas, o que é uma boa decisão? Para Spetzler, Winter e Meyer, uma boa decisão deve atender a seis critérios: Abordagem apropriada para o problema - responde à pergunta ‘o que desejamos resolver?’. Alternativas criativas - o famoso pensar “fora da caixa”. Às vezes, estamos presos nas opções iniciais disponíveis, quando há uma alternativa melhor que ainda não emergiu. Informações relevantes e confiáveis - as informações coletadas apoiam na tomada de decisão e os dados e indicadores utilizados são confiáveis. Raciocínio lógico - é possível demonstrar a lógica da decisão na escolha da alternativa. Valores e concessões delimitados - os valores que embasam a decisão são explícitos e há consciência do que se está abrindo mão ao escolher uma alternativa em detrimento da(s) outra(s). Compromisso com a ação - a decisão direciona para um caminho. Sem ação, não há resultado na maioria das vezes (como quase tudo tem exceção, em algumas decisões há a alternativa de não fazer nada). Portanto, sabendo que não conseguimos controlar 100% dos resultados, nosso foco deve ser em estruturar melhor a decisão para, a partir das informações disponíveis, escolhermos a melhor alternativa. Quando for avaliar uma decisão meses ou anos depois, lembre-se, foi a melhor decisão com as informações disponíveis naquele momento. Não adianta avaliar uma decisão como ruim considerando informações coletadas posteriormente. No próximo artigo e último da série “Decisões no Terceiro Setor” apresentarei alguns modelos de decisão, explorando os contextos em que cada modelo faz mais sentido. Enquanto isso faça a pré-inscrição da sua organização em nosso programas, clicando no link a seguir: https://www.phomenta.com.br/programas-ongs-pre-inscricao Fontes: Decision Quality: Value Creation from Better Business Decisions Smart Choices
Por Rodrigo Cavalcante 24 de fevereiro de 2025
Descubra como as ONGs tomam decisões equilibrando impacto social, sustentabilidade e interesses diversos no Terceiro Setor.
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