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Como implementar estratégias de desenvolvimento interior no seu projeto ou organização?

20 de setembro de 2024

Saiba como iniciar uma jornada de aprendizagem pessoal a partir da auto-reflexão usando os objetivos de desenvolvimento interior.

O desenvolvimento interior como estratégia de impacto


A questão do bem estar e saúde mental, na verdade reside em uma camada mais profunda de desenvolvimento interior, os sintomas são efeitos e consequências de estilos de vida ou hábitos de trabalho. Mas estão em causas relacionadas tanto a crenças, visões de mundo, traços de personalidade e histórias de dores e traumas que podem ter sido acumuladas ao longo do tempo e que aparecem em diferentes formas como patologias físicas, mentais e emocionais, até padrões de atitudes e comportamentos individuais e coletivos. Esses desafios influenciam as lideranças, as organizações, as relações entre atores e são parte relevante dos problemas que estamos tentando resolver.


A pesquisa da
The Well Being Project também chega a essa conclusão: “o bem-estar é uma jornada pessoal contínua em direção à totalidade e à conexão. É uma jornada de trabalho interior que envolve cura, desenvolvimento pessoal e integração de si mesmo”. De acordo com os ODIs “o desenvolvimento interior pode ser descrito como o processo contínuo de aprendizagem ao longo da vida  e de desenvolvimento das capacidades cognitivas, emocionais e interpessoais humanas; expressas nos relacionamentos e, em última análise, orientando-nos para o serviço ao mundo”.


Com lideranças e organizações aprofundando cada vez mais o seu desenvolvimento interior, teremos mais saúde mental e bem estar, mas principalmente um trabalho mais profundo e efetivo para o impacto. Times, organizações e sistemas que adotam o desenvolvimento interior ampliam suas capacidades para alcançar agendas como os ODS a partir de suas teorias da mudança, modelos de gestão e desenvolvimento de lideranças. 


Para desenvolver habilidades transformadoras ou cultivar capacidades interiores como os
Objetivos de Desenvolvimento Interior que são um conjunto de 23 habilidades que podem ser avaliadas a nível individual e organizacional pelo roteiro de auto-reflexão e 19 ferramentas são necessárias estratégias tanto para as pessoas que trabalham no setor, suas equipes e organizações, como também para parcerias, ecossistemas e públicos atendidos. 


Como elaborar estratégias para o desenvolvimento interior na organização


O que eu tenho sugerido sobre o desenvolvimento interior para agentes de mudança é compreender primeiro o seu próprio processo de desenvolvimento interior, depois integrar nas práticas com o seu time e organização e, por fim, integrar essas abordagens em suas teorias da mudança, conectando a dimensão interior e exterior do impacto. As lideranças e organizações podem começar a adotar as habilidades e ferramentas dos ODIs em diferentes estratégias:


1. A nível individual antes de mais nada, convido à seguinte reflexão, pense no seu propósito de impacto, ou seja, a dimensão exterior do seu trabalho, descreva como sua própria missão, em seguida, reflita e escreva sobre quais mudanças internas você precisa fazer para alcançar sua visão externa, ou seja, quais novas capacidades interiores e habilidades transformadoras vão lhe ajudar na realização do seu propósito de impacto? 


2. A partir disso, utilize a ferramenta de auto-reflexão individual e organizacional como forma de perceber quais habilidades dos ODIs são mais relevantes para você e para a sua organização no seu sentido de alcançar sua teoria da mudança. 


3. Em seguida, avalie quais ferramentas sugeridas pelos ODIs são mais adequadas para o seu contexto ou outras abordagens de desenvolvimento interior que vocês já conheçam e queiram adotar.


O relatório do
“Programa de Lideranças Globais para o Desenvolvimento Sustentável” dos ODI revela que o desenvolvimento das habilidades amplia a ação para os ODS e “influenciou como os participantes se conectam consigo mesmos, com os outros e com a natureza de maneiras que demonstraram apoiar mudanças em direção a narrativas mais sustentáveis ​​e relacionais. Como as raízes das crises de sustentabilidade estão em uma história culturalmente arraigada de separação, promover esses aspectos fundamentais de conexão consigo mesmo, com os outros e com a natureza é essencial para apoiar a tomada de ações para a sustentabilidade”. 


A publicação
“Orientando o desenvolvimento interior nas organizações” dos ODI sugere adotar o quadro de habilidades para desafios adaptativos: “um problema ou desafio, geralmente desconhecido ou difícil de identificar, em que a solução é igualmente desconhecida e requer colaboração entre atores ou partes da organização (e geralmente o ecossistema mais amplo do qual a organização faz parte) para ser abordado. Obstáculos são menos tangíveis (por exemplo, valores, comportamentos, cultura) e a solução requer aprendizado. Diferentemente de desafios técnicos”


E para isso desenvolver as qualidades, habilidades e competências interiores que são “capacidades benéficas da mente e do coração humanos que podem ser cultivadas intencionalmente por meio da prática”. De acordo com o relatório, ao planejar o envolvimento com os ODIs, as organizações podem considerar pelo menos três domínios importantes:


  • Habilidade: quantas das 23 habilidades dos ODIs podem ser aplicadas de forma útil nas áreas e em que profundidade/grau de competência (iniciante, intermediário, avançado) para cada habilidade? 


  • Organizacional: quais (e quantos) departamentos e níveis (da linha de frente ao líder ou presidente) da organização se beneficiarão da integração dos ODIs?


  • Funcional: quais funções principais/centrais na organização (por exemplo, comunicação, pessoas, projetos, etc.) devem estar alinhadas com os ODIs e até que ponto?


O trabalho do desenvolvimento interior nas organizações considera o engajamento inicial com os ODIs para as áreas da organização nas quais as condições já são apropriadas para começar a trabalhar com as habilidades e ferramentas dos ODIs até o engajamento ideal necessário para que sua organização resolva completamente os desafios complexos e adaptativos que ela enfrenta. 


Não existe uma metodologia padrão ainda para a integração dos ODIs então comece usando sua criatividade para adotar práticas consigo e sua organização, e aos poucos com seus diferentes públicos e parceiros inspirando a importância do desenvolvimento interior para o setor do impacto.


A seguir você poderá baixar os documentos da ferramenta de auto-reflexão das habilidades e uma lista com o resumo das ferramentas dos ODI (Objetivos de Desenvolvimento Interior) traduzidas. Alguns exercícios também podem ser encontrados no
app 29k

Ferramentas dos Objetivos de Desenvolvimento Interior

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Ferramenta de auto-reflexão de habilidades dos Objetivos do Desenvolvimento Interior

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O termo trauma causa espanto para muita gente, mas está cada vez mais sendo tratado de forma científica e estratégica no campo de impacto social também. Uma pesquisa da The Well Being Project e a George Washington University em parceria com o Collective Change Lab chamada “Ciclos de trauma e a jornada para o bem-estar” investiga o efeito dos traumas nas pessoas que trabalham no setor do impacto e também como aparecem nos diversos desafios, causas, problemas e potenciais soluções. De acordo com o relatório: “O trauma está em toda parte – em nossas casas, comunidades, instituições e sistemas. No trabalho de mudança social, também vemos traumas nas raízes dos maiores desafios que o mundo enfrenta hoje – e nas vidas das pessoas que trabalham para enfrentá-los. Abordagens de mudança social baseadas no trauma têm o poder de ajudar a desbloquear a cura, o bem-estar e a transformação social para todos.” Esse artigo traz alguns passos para que as pessoas que trabalham com impacto possam reconhecer em si mesmas, em seus times, organizações e principalmente nos seus públicos atendidos a sabedoria dos traumas como parte das causas dos problemas e soluções que buscam resolver. Compreender os traumas no campo de impacto pode informar estratégias para a transformação social nos ajudando a lidar com a complexidade de que traumas são também de origem histórica e coletiva. Ao ponto que ao não serem identificados e integrados, continuam a causar a estagnação dos problemas que vivenciamos hoje. Primeiro passo: identificar e reconhecer os diferentes tipos de traumas Para começarmos a nos informar sobre os traumas nas causas que atuamos é importante identificar os diferentes tipos de traumas e a forma como se interrelacionam, de acordo com o artigo Healing Systems da Stanford Social Innovation Review: Trauma individual se refere a uma ferida invisível causada por um evento avassalador, série de eventos ou condições duradouras. Trauma intergeracional ocorre quando um ou mais ancestrais passam adiante traumas não curados que vivenciaram antes de terem filhos ou durante a gravidez. Trauma coletivo descreve o impacto em nível populacional de um evento ou processo catastrófico que interrompe as estruturas que uma comunidade ou sociedade criou para sustentar seu modo de vida. Trauma histórico pode ser coletivo e intergeracional por natureza, mas se refere especificamente a danos intencionais e opressão cometidos contra um grupo de pessoas por causa de características como raça, religião ou identidade nacional, social ou sexual, e visa subjugá-los para ganho. Trauma sistêmico inclui os impactos não abordados de traumas individuais, intergeracionais, coletivos e históricos, bem como traumas recentes criados por estruturas sistêmicas e dinâmicas relacionais prejudiciais dos dias atuais. Segundo passo: compreender os padrões individuais e coletivos de reação aos traumas Os traumas que carregamos influenciam a maneira como interpretamos e respondemos ao mundo, tanto nos desafios diários quanto nas próprias soluções que desenhamos. Perceber os efeitos dos traumas nas pessoas, nas relações entre grupos, nas estruturas sociais, políticas, econômicas e nos padrões repetidos dos sistemas pode nos ajudar a encontrar soluções mais transformadoras para as causas que atuamos e para o nosso próprio desenvolvimento como lideranças da transformação social. Respostas de luta: comportamento hipervigilante, agressivo e controlador, incluindo críticas excessivamente duras, reações exageradas a infrações menores, condenação implacável de erros como falhas de caráter, retenção de informações e desconfiança crônica e injustificada; Respostas de fuga: fragmentação, confusão e desorganização, não reconhecimento de uma realidade avassaladora, minimização de consequências e incoerência entre palavras e ações; Respostas de congelamento: paralisia, dissociação, retraimento, dormência, insensibilidade, vontade imobilizada, sensação de vazio ou desconexão e incapacidade de acessar emoções. Terceiro passo: desenhar e facilitar práticas de cura individual e coletiva Para transformar sistemas sociais de maneira eficaz, é fundamental aplicar uma abordagem que considere os traumas subjacentes que perpetuam os problemas. Isso envolve adotar uma perspectiva centrada na cura, que busca conectar a sociedade à nossa humanidade compartilhada e liberar nosso potencial criativo para enfrentar questões sociais e ambientais. Ao criar espaços propícios para a cura, podemos transformar sistemas traumatizados em ambientes de compaixão e cuidado, reparando relacionamentos e promovendo um fluxo saudável de ideias. A cura coletiva, que enfatiza o poder dos relacionamentos, permite que indivíduos e grupos identifiquem e tratem danos causados a si mesmos e aos outros. Essa abordagem transforma a energia destrutiva do trauma em maior consciência e compaixão, incentivando a colaboração e a inovação nas práticas sociais. Líderes de mudança social frequentemente se inspiram em tradições indígenas e práticas de justiça restaurativa, utilizando essas sabedorias para integrar a cura coletiva em seus esforços de transformação de sistemas, promovendo assim uma mudança mais significativa e duradoura. Algumas práticas que podem ser adotadas: Honrar e acolher as tradições culturais, identidades e línguas de todas as pessoas afetadas ou participantes de processos de mudança social Introduzir práticas corporais como dança, canto, meditação em grupo e trabalho somático para ajudar os participantes a se reconectarem com sua fisicalidade e regular seus sistemas nervosos Práticas horizontais e relacionais, como círculos de cura, que incentivam a escuta empática e reduzem desequilíbrios de poder Incluindo atenção plena ou outras práticas de cultivo da consciência para fortalecer a consciência das pessoas e a capacidade de hospedar seus próprios estados ativados e os dos outros Reconectar-se à natureza e seu poder de cura como parte fundamental do processo Entrar no poder de contar e possuir a própria história e testemunhar as histórias dos outros Imbuir o processo com sacralidade por meio de rituais, como fazer uma bênção tradicional, ler um texto ou poema espiritual, reconhecer ancestrais e gerações anteriores ou compartilhar lendas tradicionais ou histórias. Grupos de indivíduos que se envolvem intencionalmente em um processo de cura coletiva buscam reparar relacionamentos, restaurar conexões e aprofundar sua capacidade de se manterem conectados a si mesmos e uns aos outros, mesmo em momentos de ativação emocional. Esses núcleos de restauração e reparo têm um impacto que se irradia para fora, influenciando as relações pessoais, as organizações e as coalizões, além dos movimentos mais amplos dos quais os membros do grupo fazem parte. Para a saúde mental e o bem estar florescerem de maneira sustentável, precisamos normalizar a conversa e o trabalho sobre traumas, reconhecendo como fontes de sabedoria e transformação que podem trazer um novo potencial para as lideranças sociais, assim como novas soluções para as estratégias de impacto e a relação com beneficiários e parcerias. Referências: https://www.intergenerational-trauma.com/ https://ssir.org/articles/entry/healing-trauma-systems CYCLES OF TRAUMA AND THE JOURNEY TO WELLBEING: A Framework For Trauma Informed Practices & Positive Social Change. Executive Summary & Part I: Why Does Trauma Matter for Wellbeing and Social Change?
Por Instituto Phomenta 28 de janeiro de 2025
Em 2025, as mudanças climáticas pautarão ainda mais o Terceiro Setor. Seus impactos afetam diretamente comunidades vulneráveis, economias locais e projetos sociais. Durante o webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor, integrantes da Phomenta destacaram como as ONGs podem atuar para contribuir no enfrentamento à crise global enquanto promovem sua própria sustentabilidade. Como as mudanças climáticas afetam as comunidades vulneráveis De acordo com o estudo realizado pelo braço de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre 2020 e 2023, registramos uma média anual de 4.077 desastres relacionados ao clima no Brasil, quase o dobro em comparação às duas décadas anteriores. Enchentes como as registradas no Rio Grande do Sul em 2024 ou secas prolongadas em regiões do Nordeste brasileiro evidenciam o desequilíbrio ambiental que afeta principalmente populações mais pobres. O conceito de justiça climática é central nesse debate. Ele propõe que os custos das mudanças climáticas e as ações de adaptação sejam distribuídos de forma justa, priorizando quem mais sofre com os impactos. Porém, segundo a pesquisa Justiça Climática no Brasil , da PwC e o Instituto Locomotiva, apenas 32% dos brasileiros estão familiarizados com o termo, embora 75% reconheçam sua importância quando explicados. Isso reforça o papel das ONGs na educação e mobilização da sociedade, uma das oportunidades para o Terceiro Setor em 2025. Por que ONGs devem priorizar as mudanças climáticas em 2025 As mudanças climáticas influenciam diretamente os planos de atuação e captação de recursos das ONGs. O aumento de desastres naturais não apenas amplia a demanda por ações emergenciais, mas também exige que as organizações adaptem suas práticas e desenvolvam soluções sustentáveis. Leia mais: https://www.portaldoimpacto.com/7-ongs-e-movimentos-que-pautam-justica-climatica-para-conhecer Essa preparação inclui repensar projetos e direcioná-los para as populações mais vulneráveis. Por exemplo, uma ONG que trabalha com segurança alimentar pode incorporar ações para apoiar agricultores familiares afetados por secas ou enchentes. Já organizações que atuam com habitação popular podem focar em soluções de moradia resiliente para eventos climáticos extremos. Tendências e oportunidades para as ONGs em 2025 Captação de recursos alinhada à sustentabilidade: Com o aumento do interesse corporativo em práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), muitas empresas estão buscando apoiar projetos sustentáveis. ONGs que apresentarem propostas bem estruturadas e transparentes têm grandes chances de atrair financiamento. Educação e conscientização ambiental: A falta de conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas é uma barreira, mas também uma oportunidade. Campanhas educativas podem sensibilizar mais pessoas sobre a importância de ações climáticas e engajar novos apoiadores. Participação na COP30: A Conferência do Clima, que será realizada em Belém do Pará, será uma vitrine global para destacar soluções climáticas locais e reforçar o papel do Brasil na agenda ambiental. ONGs podem aproveitar o evento para ganhar visibilidade, ter novas ideias e estabelecer parcerias. Uso de ferramentas tecnológicas: Plataformas como o Radar de Editais ( https://www.portaldoimpacto.com/radar-de-editais ) ajudam ONGs a encontrar oportunidades de financiamento para projetos relacionados à sustentabilidade. Além disso, tecnologias como sistemas de monitoramento climático podem ser incorporadas em ações locais. As mudanças climáticas representam um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade para as ONGs liderarem ações inovadoras. Com estratégias, parcerias e educação ambiental, é possível não apenas mitigar os efeitos das crises climáticas, mas também promover justiça social e ambiental. Confira o Webinar na íntegra para saber mais sobre o assunto
Por Instituto Phomenta 21 de janeiro de 2025
O que o futuro reserva para o financeiro das ONGs? Sabemos que essa é uma pergunta que afeta integrantes do Terceiro Setor em todo início de ano, e foi um dos temas que norteou o webinar Futuro em Foco: Tendências de 2025 para o Terceiro Setor , promovido pela Phomenta em dezembro de 2024. Durante o evento, profissionais da Phomenta trouxeram dados sobre o cenário que se espera para as organizações no próximo ano, além de comentar caminhos para enfrentar a competição por recursos e fortalecer a sustentabilidade das organizações. Um cenário de ajustes e adaptações Os números apresentados no webinar destacaram o aumento do interesse em práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) entre empresas, mas também revelaram um dado preocupante: 62% dos investidores sociais preveem reduzir seus aportes em 2025, de acordo com o Relatório BISC 2024. Isso evidencia um cenário desafiador para as ONGs, que precisarão diversificar fontes de financiamento e buscar novas formas de engajamento com doadores. Paralelamente, o uso de leis de incentivo foi apontado como uma alternativa cada vez mais relevante. As ONGs que conseguem estruturar projetos consistentes e alinhados aos requisitos legais têm atraído investidores interessados nos benefícios fiscais. Confira o Webinar na íntegra:
Por Instituto Phomenta 13 de janeiro de 2025
A Inteligência Artificial (IA) tem impactado profundamente diferentes áreas da sociedade, e sua aplicação no campo social não é exceção. Para as ONGs, essa tecnologia pode oferecer oportunidades de otimizar processos, ampliar alcance e gerar maior impacto em suas causas, mas também apresenta desafios que precisam ser abordados com ética e responsabilidade. O que é a Inteligência Artificial e como ela pode ajudar as ONGs? A IA é um ramo da tecnologia que simula capacidades humanas como aprendizado, tomada de decisão e reconhecimento de padrões. No contexto das ONGs, isso significa ferramentas que podem automatizar tarefas, analisar grandes volumes de dados e melhorar a eficiência operacional. Além disso, sistemas de IA podem ser adaptados para atender pessoas com deficiências, ampliando o alcance das organizações e tornando suas ações mais inclusivas. Leia mais: https://www.portaldoimpacto.com/inteligencia-artificial-e-seu-potencial-para-as-ongs-parte-1-4 E na prática? Algumas ONGs já fazem uso destas ferramentas através de: Chatbots: Os chatbots são programas de computador que simulam uma conversa humana, oferecendo respostas automáticas e personalizadas. Eles podem ser usados para facilitar a comunicação, como no atendimento a dúvidas frequentes de beneficiários ou doadores, reduzindo custos e otimizando o tempo da equipe. Análise de dados: A Inteligência Artificial pode identificar padrões em campanhas de doação, prever demandas futuras e melhorar a alocação de recursos. Campanhas personalizadas: ONGs podem usar IA para segmentar públicos e criar mensagens mais efetivas, aumentando o engajamento com a causa. Em 2025, espera-se que essas inteligências sejam ainda mais utilizadas. O assunto foi discutido no Webinar Futuro em Foco, da Phomenta, que buscava apresentar as principais tendências para Terceiro Setor. Confira abaixo:
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