Este conteúdo foi produzido por Clarissa Pires e Stephanie Walker Bradfield
Ao consultarmos o dicionário para saber o significado da palavra voluntariado, chegamos na seguinte definição: “Conjunto de pessoas que desenvolvem trabalho, geralmente social, por vontade própria, sem remuneração”. Assim como a maioria das definições encontradas no dicionário, ela se vê desprovida de poesia e se mostra limitada em refletir a tamanha beleza que há por detrás do substantivo em questão.
Quando olhamos para o que o voluntariado representa, podemos enxergar diversas qualidades tais como empatia, benevolência, altruísmo, generosidade, compaixão, e por aí vai! Ao somarmos estas qualidades à definição do que é voluntariado, vemos que voluntariado pode ser entendido como uma força poderosa que move as pessoas a agirem em prol de uma causa e se doarem para gerar algum impacto positivo em terceiros. E quão bonito é isso?!
Existem algumas modalidades de voluntariado, todas originam desta mesma essência, mas possuem características e complexidades distintas. Vamos explorar um pouco sobre 3 modalidades de voluntariado:
Estas três modalidades de voluntariado são igualmente necessárias e relevantes para o bom funcionamento das organizações do Terceiro Setor. O que varia é a complexidade das atividades que são executadas. Um mesmo voluntário pode, inclusive, dedicar-se como voluntário pro bono em uma organização durante seu período de trabalho e, aos finais de semana, voluntariar-se em ações mão na massa em outra organização. O céu é o limite quando se trata de ajudar o próximo!
Neste artigo, aprofundaremos um pouco mais sobre a modalidade de voluntariado pro bono que, muitas vezes, pode ser encontrada dentro do universo corporativo e empresarial. Dentro de uma empresa, os colaboradores assumem cargos e papéis específicos de acordo com sua bagagem de estudos e vivências profissionais. Estes papéis são pensados de maneira que compõem um grande mecanismo operacional para que a empresa possa entregar o que se propõe a entregar. Ou seja, dentro de uma empresa que fabrica pães, por exemplo, deve existir o papel responsável por comprar os insumos necessários para a produção destes pães. Imagina-se que a pessoa responsável por este papel seja especialista em comprar insumos, pesquisar custo-benefício, negociar com fornecedores, entender a logística de entregas, etc.
Agora imaginemos uma OSC que se dedica a oferecer acolhimento integral em saúde para idosos que possuem alguma deficiência física e foram abandonados por suas famílias. Esta OSC certamente possui um desafio operacional similar ao daquela fábrica de pães: necessita comprar insumos (neste caso não se trata de farinha e fermento, mas sim de insumos geriátricos e hospitalares!) considerando o melhor custo-benefício possível e que supra as demandas da organização. O que aconteceria se juntássemos este profissional da área de Compras com esta OSC?
Através de um voluntariado pro bono esta conexão improvável torna-se possível e permite que este profissional doe seu tempo e conhecimento técnico para apoiar uma organização social! Assim, são estabelecidas conexões entre diversos atores que, conectados em prol da resolução de desafios operacionais e de gestão, podem apoiar-se mutuamente e fortalecer a eficiência destas organizações.
Para as organizações, o voluntariado pro bono permite ter acesso a conhecimentos e especialidades que não são acessíveis ou comuns no seu dia a dia, como o exemplo de compras citado acima. Em um dos programas realizado pela Phomenta, 100%¹ das OSCs participantes relataram que saíram fortalecidas da experiência e, em outro, 100%² afirmaram que os voluntários trouxeram conhecimentos novos, que a OSC não possuía.
Mas as vantagens do voluntariado pro bono não param por aí, pois a pessoa que se voluntaria como consultora de uma OSC também se beneficia ao aplicar sua experiência profissional em um novo contexto. É uma oportunidade que gera aprendizado e que pode ser utilizada por empresas para treinamento e desenvolvimento de colaboradores. Das pessoas participantes dos programas da Phomenta em 2022³, 97% afirma que se desenvolveu como pessoa e profissional e 93% diz que consegue aplicar o conhecimento adquirido no voluntariado em seu trabalho.
Para colocar o voluntariado pro bono em prática é importante que a OSC tenha bem definido em qual área de gestão precisa de apoio externo. Para isso, sugerimos que sejam feitas conversas internas para identificar dores e urgências. Para os voluntários, é preciso ter em mente quais são os conhecimentos e experiências que cada pessoa pode oferecer para a organização. Casar a necessidade da OSC com o conhecimento do voluntário é essencial para que o pro bono funcione bem, mas o sucesso só é garantido quando ambos os lados estão abertos à construção coletiva, deixando de lado julgamentos e abrindo espaço para o aprendizado.
Notas de rodapé:
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