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Voluntariado Pro Bono - O que é e como gera valor às partes interessadas

27 de abril de 2023

Este conteúdo foi produzido por Clarissa Pires e Stephanie Walker Bradfield


Ao consultarmos o dicionário para saber o significado da palavra voluntariado, chegamos na seguinte definição: “Conjunto de pessoas que desenvolvem trabalho, geralmente social, por vontade própria, sem remuneração”. Assim como a maioria das definições encontradas no dicionário, ela se vê desprovida de poesia e se mostra limitada em refletir a tamanha beleza que há por detrás do substantivo em questão. 


Quando olhamos para o que o voluntariado representa, podemos enxergar diversas qualidades tais como empatia, benevolência, altruísmo, generosidade, compaixão, e por aí vai! Ao somarmos estas qualidades à definição do que é voluntariado, vemos que voluntariado pode ser entendido como uma força poderosa que move as pessoas a agirem em prol de uma causa e se doarem para gerar algum impacto positivo em terceiros. E quão bonito é isso?!


Existem algumas modalidades de voluntariado, todas originam desta mesma essência, mas possuem características e complexidades distintas. Vamos explorar um pouco sobre 3 modalidades de voluntariado:


  • Voluntariado mão na massa, tradicional: tem como principal característica a utilização da força de trabalho em funções operacionais, in loco e/ou com grande proximidade com os atendidos. Podemos ver exemplos desta modalidade nos grupos de voluntários que se juntam para pintar as paredes de uma creche, ou na voluntária que fica responsável por organizar as doações de uma OSC para seu bazar beneficente.
  • Voluntariado por competência: os voluntários dominam um conhecimento que, por sua vez, está conectado com a missão da organização; os voluntários compartilham o que eles sabem e, assim, facilitam que a organização entregue o que ela busca. Temos como exemplo um professor de música que se voluntaria para dar aulas de violão às crianças de uma organização que se destina a levar mais cultura para jovens em situação de vulnerabilidade.
  • Voluntariado Pro bono: consiste na oferta de um serviço profissional para uma organização sem fins lucrativos, como uma espécie de consultoria; um profissional ou empresa destina horas de trabalho dentro da área em que é remunerado para apoiar uma ONG. Também é conhecido como voluntariado de habilidades (skill based, em inglês). 


Estas três modalidades de voluntariado são igualmente necessárias e relevantes para o bom funcionamento das organizações do Terceiro Setor. O que varia é a complexidade das atividades que são executadas. Um mesmo voluntário pode, inclusive, dedicar-se como voluntário pro bono em uma organização durante seu período de trabalho e, aos finais de semana, voluntariar-se em ações mão na massa em outra organização. O céu é o limite quando se trata de ajudar o próximo!


Neste artigo, aprofundaremos um pouco mais sobre a modalidade de voluntariado pro bono que, muitas vezes, pode ser encontrada dentro do universo corporativo e empresarial. Dentro de uma empresa, os colaboradores assumem cargos e papéis específicos de acordo com sua bagagem de estudos e vivências profissionais. Estes papéis são pensados de maneira que compõem um grande mecanismo operacional para que a empresa possa entregar o que se propõe a entregar. Ou seja, dentro de uma empresa que fabrica pães, por exemplo, deve existir o papel responsável por comprar os insumos necessários para a produção destes pães. Imagina-se que a pessoa responsável por este papel seja especialista em comprar insumos, pesquisar custo-benefício, negociar com fornecedores, entender a logística de entregas, etc. 


Agora imaginemos uma OSC que se dedica a oferecer acolhimento integral em saúde para idosos que possuem alguma deficiência física e foram abandonados por suas famílias. Esta OSC certamente possui um desafio operacional similar ao daquela fábrica de pães: necessita comprar insumos (neste caso não se trata de farinha e fermento, mas sim de insumos geriátricos e hospitalares!) considerando o melhor custo-benefício possível e que supra as demandas da organização. O que aconteceria se juntássemos este profissional da área de Compras com esta OSC?


Através de um voluntariado pro bono esta conexão improvável torna-se possível e permite que este profissional doe seu tempo e conhecimento técnico para apoiar uma organização social! Assim, são estabelecidas conexões entre diversos atores que, conectados em prol da resolução de desafios operacionais e de gestão, podem apoiar-se mutuamente e fortalecer a eficiência destas organizações.


Para as organizações, o voluntariado pro bono permite ter acesso a conhecimentos e especialidades que não são acessíveis ou comuns no seu dia a dia, como o exemplo de compras citado acima. Em um dos programas realizado pela Phomenta, 100%¹ das OSCs participantes relataram que saíram fortalecidas da experiência e, em outro, 100%² afirmaram que os voluntários trouxeram conhecimentos novos, que a OSC não possuía. 


Mas as vantagens do voluntariado pro bono não param por aí, pois a pessoa que se voluntaria como consultora de uma OSC também se beneficia ao aplicar sua experiência profissional em um novo contexto. É uma oportunidade que gera aprendizado e que pode ser utilizada por empresas para treinamento e desenvolvimento de colaboradores. Das pessoas participantes dos programas da Phomenta em 2022³, 97% afirma que se desenvolveu como pessoa e profissional e 93% diz que consegue aplicar o conhecimento adquirido no voluntariado em seu trabalho. 


Para colocar o voluntariado pro bono em prática é importante que a OSC tenha bem definido em qual área de gestão precisa de apoio externo. Para isso, sugerimos que sejam feitas conversas internas para identificar dores e urgências. Para os voluntários, é preciso ter em mente quais são os conhecimentos e experiências que cada pessoa pode oferecer para a organização. Casar a necessidade da OSC com o conhecimento do voluntário é essencial para que o pro bono funcione bem, mas o sucesso só é garantido quando ambos os lados estão abertos à construção coletiva, deixando de lado julgamentos e abrindo espaço para o aprendizado. 



Notas de rodapé:


  1. Quantidade de OSCs respondentes: 49
  2. Quantidade de OSCs respondentes: 49 
  3. Quantidade de voluntários respondentes: 278



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Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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Disponível em:<[ https://www.viannasapiens.com.br/revista/article/view/97/83 ]>. Acesso em: 30 jan. 2025. GALLEGO, Angélica Helena Santini Montes; GALINDO, Daniel dos Santos. Criança Esperança: exemplo do marketing de causas sociais, articulado pelas relações públicas. In: V CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007. Disponível em: <[ http://www.intercom.org.br/papers/outros/hmidia2007/resumos/R0193-1.pdf] >. Acesso em: 30 jan. 2025. ACEVEDO, Claudia Rosa; OLIVEIRA, Leonardo Domingues de; SILVA, Rafael Mendes; CATÃO, Bruno Alves. Percepção de consumidores sobre ações de marketing de causa de empresas privadas . South American Development Society Journal , São Paulo, v. 6, n. 17, p. 40-58, 2020. Disponível em: https://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/300 . Acesso em: 3 fev. 2025.
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No artigo anterior , discuti sobre algumas das características que diferenciam o Terceiro Setor, além de decisões difíceis que toda liderança de uma ONG enfrenta em sua rotina. E, seguindo a sequência de conteúdos, aaixo compartilharei sobre as etapas de uma decisão com base na literatura do tema. Na liderança de uma organização e na correria do dia a dia, um dos maiores erros que podemos cometer é não estruturar as informações para tomar uma decisão difícil ou importante. O cansaço e/ou a falta de tempo acabam nos levando para um caminho de escolher uma opção pela intuição ou a que soa mais razoável, sem de fato entender nosso verdadeiro objetivo ou explorar e esgotar todas as alternativas possíveis. Uma coisa que aprendi liderando equipes, áreas e uma organização é que nem toda decisão precisa ser tomada no momento em que uma decisão é demandada de você ou de um grupo do qual você faz parte. Com exceção de emergências, quando cada segundo é valioso, podemos pedir mais tempo para refletir melhor sobre as opções levantadas, conversar com outras pessoas e pensar em novas opções. As etapas da tomada e decisão John Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa apresentam em seu livro “Decisões Inteligentes” um modelo formado por cinco etapas: Problema Qual problema estamos tentando resolver? Muitas vezes partimos para a solução sem delimitar o problema que buscamos solucionar. Objetivo Qual o objetivo principal ao se tomar essa decisão? Alternativas Criação de alternativas viáveis para avaliação posterior Consequências Quais as consequências de cada alternativa? Ao escolher uma alternativa, o que ela gera além de tentar resolver o problema? Concessões (tradeoffs) Dificilmente uma alternativa atenderá todos os objetivos e resolverá completamente um problema difícil e complexo. Ao escolher uma alternativa, do que estou abrindo mão? Decisão Após avaliar e comparar as alternativas, chegou a hora de decidir. Estruturar a decisão seguindo as etapas com certeza ajudará a refletir para uma decisão mais consciente e melhor. Porém, isso não significa um resultado melhor. Aprendemos na prática em nossa vivência nas organizações que não é possível controlar todos os resultados após a tomada de uma decisão. Ou seja, diversos fatores externos influenciarão no resultado final (fenômeno este muito presente na avaliação de impacto, na qual se discute como isolar os fatores externos), seja porque a equipe não executou como o planejado ou porque alguma nova informação (que surgiu após a decisão) evidenciou que a alternativa escolhida não era a melhor. “Uma boa decisão pode gerar um resultado negativo, assim como uma má decisão pode gerar um resultado considerado negativo” Afinal de contas, o que é uma boa decisão? Para Spetzler, Winter e Meyer, uma boa decisão deve atender a seis critérios: Abordagem apropriada para o problema - responde à pergunta ‘o que desejamos resolver?’. Alternativas criativas - o famoso pensar “fora da caixa”. Às vezes, estamos presos nas opções iniciais disponíveis, quando há uma alternativa melhor que ainda não emergiu. Informações relevantes e confiáveis - as informações coletadas apoiam na tomada de decisão e os dados e indicadores utilizados são confiáveis. Raciocínio lógico - é possível demonstrar a lógica da decisão na escolha da alternativa. Valores e concessões delimitados - os valores que embasam a decisão são explícitos e há consciência do que se está abrindo mão ao escolher uma alternativa em detrimento da(s) outra(s). Compromisso com a ação - a decisão direciona para um caminho. Sem ação, não há resultado na maioria das vezes (como quase tudo tem exceção, em algumas decisões há a alternativa de não fazer nada). Portanto, sabendo que não conseguimos controlar 100% dos resultados, nosso foco deve ser em estruturar melhor a decisão para, a partir das informações disponíveis, escolhermos a melhor alternativa. Quando for avaliar uma decisão meses ou anos depois, lembre-se, foi a melhor decisão com as informações disponíveis naquele momento. Não adianta avaliar uma decisão como ruim considerando informações coletadas posteriormente. No próximo artigo e último da série “Decisões no Terceiro Setor” apresentarei alguns modelos de decisão, explorando os contextos em que cada modelo faz mais sentido. Enquanto isso faça a pré-inscrição da sua organização em nosso programas, clicando no link a seguir: https://www.phomenta.com.br/programas-ongs-pre-inscricao Fontes: Decision Quality: Value Creation from Better Business Decisions Smart Choices
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