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Cuidados para conduzir espaços de conversa sobre saúde mental

11 de outubro de 2024

Imagine uma organização no Terceiro Setor que, preocupada com o bem-estar de seus colaboradores e voluntários, decide abrir um espaço para falar sobre saúde mental.


Sua escolha, para o início desta iniciativa, são as rodas de conversa, pois permitem que as pessoas possam falar de suas emoções e preocupações, expressando o que estão sentindo e sendo apoiadas por seu grupo de trabalho. 


Porém, desde o primeiro encontro, a liderança percebe que emergem desta oportunidade temas delicados e profundos, que necessitam mais do que apenas escuta e extravasamento. Eles mexem e sensibilizam o grupo, podendo causar conflitos ou questionamentos.


Então, surge a questão: Como facilitar uma roda de conversa de modo que o ambiente se mantenha seguro e acolhedor, lidando com a sensibilidade dos assuntos que surgirem, mas sem comprometer a confiança e os limites pessoais e organizacionais? 


Para responder a essa pergunta, buscamos na área da psicologia e da facilitação em grupo, aspectos que são essenciais para que a condução desse espaço seja eficaz em seu propósito de apoio e fortalecimento emocional.


Principais cuidados


Com base no “Manual para roda de conversa sobre saúde mental”, lançado em setembro de 2024, pela Nossa Causa, em parceria com a Phomenta, podemos observar que alguns cuidados não podem ficar de fora do planejamento e da preparação destes momentos.


1) Escolha do Facilitador: É fundamental que a pessoa escolhida inspire confiança e empatia, além de possuir ferramentas psicológicas e profissionais para manter o espaço imparcial, seguro e acolhedor.


O ideal é que haja o auxílio de alguém da área da saúde, como psicólogos e psiquiatras, mas se não for possível, essa pessoa deve possuir habilidades de comunicação, autoconhecimento e autogestão emocional, a fim de manter uma linguagem clara e inclusiva.


2) Combinados claros: Estabelecer e manter acordos com o grupo, como confidencialidade, respeito mútuo, e o direito de escolher entre compartilhar ou se calar, garantindo um espaço sem julgamentos e que acolha a vulnerabilidade dos participantes.


A confidencialidade, inclui não trazer à tona, de forma equivocada, os conteúdos das rodas de conversa em diálogos que podem expor ou constranger as pessoas que compartilharam sentimentos e percepções individuais.


3) Respeitar limites e gatilhos: Nem todos estão prontos para compartilhar ou ouvir determinados temas. É imprescindível que não haja pressão para que os participantes façam revelações que não estão prontos a fazer. “Não se deve abrir feridas que não possam ser fechadas”, lembra o Psicólogo Clínico e Institucional Maurício Ortiz.


4) Focar no problemas e nos sentimentos e não em culpar pessoas: A técnica da “Comunicação Não-Violenta” oferece parâmetros para que ao se relatar fatos, principalmente os relacionados ao ambiente de trabalho e aos colegas de equipe, a atenção esteja na percepção pessoal quanto à um fato, indicando os sentimentos derivados, as necessidades atendidas (ou não) na situação e os pedidos, ao contrário de se adotar uma fala que aponta culpados.


Se você deseja saber mais sobre como a Comunicação Não-Violenta pode ser aplicada à comunicação interna da sua organização social, leia esse artigo do Portal do Impacto:
https://www.portaldoimpacto.com/comunicacao-nao-violenta-cnv-como-ferramenta-para-a-comunicacao-interna-nas-ongs

5) Refletir e construir estratégias de enfrentamento: É importante abordar, dentro dos momentos oportunos, possibilidades individuais ou coletivas de se enfrentar as situações de conflito, para que a pessoa não se veja no papel de refém ou vítima de um contexto sem resolução.

           

As estratégias de enfrentamento em Saúde Mental (Coping) descrevem três principais formas para lidar com situações difíceis ou geradores de estresse: Com foco no problema (quando se acredita ser possível dialogar e mudar), com foco na emoção (quando a mudança aparenta ser de difícil solução) ou a fuga (quando se escolhe não ter contato com a pessoa ou ambiente estressor).


Para ler mais sobre o Coping, leia também este artigo:
https://www.portaldoimpacto.com/coping-estrategias-de-saude-mental-para-periodos-estressantes

6) Buscar apoio profissional ou ajuda especializada: O facilitador precisa conhecer e entender seus limites e os limites organizacionais, identificando em que momento se deve sugerir encaminhamentos de pessoas ou situações para uma ajuda especializada.


Muitas vezes, os temas emergidos da roda de conversa podem apresentar uma série de agravamentos que ultrapassam o papel e a responsabilidade desta facilitação, necessitando de um acompanhamento aprofundado. É imprescindível ter abertura e flexibilidade para saber a hora de pedir ajuda.



Alguns lembretes:


  • “Conversas difíceis, melhor tê-las”:


No podcast “Para dar nome às coisas”, no episódio 133, chamado “Conversas difíceis, melhor tê-las”, a autora Natália Sousa reflete sobre uma comparação:


“O problema da louça suja e da conversa difícil é o mesmo: [...] elas não somem, só porque a gente está com preguiça ou está com medo… No caso da louça, ela vai ficando com um cheiro ruim, vai grudando no prato…”. Mas e no caso das conversas e das relações, o que acontece?


Na minha opinião, os sentimentos e pensamentos sobre o conflito pioram, tanto quanto a louça suja. Logo, quanto antes a conversa for realizada, melhor.



  • Familiarizar os diálogos sobre saúde mental


Apesar de não minimizarmos a importância de cada ação feita, realizar eventos para se falar em saúde mental somente uma vez ao ano (inclusive durante a campanha do Setembro Amarelo) pode não surtir os efeitos de construção de segurança psicológica desejados.


A manutenção do constante diálogo e mini-eventos sobre o tema, pode deixar a comunicação mais fluida e a expressão de sentimentos mais natural.



  • E se os conteúdos abordados desestabilizarem as pessoas da equipe, afetando o desempenho no trabalho? 


Esteja atento aos efeitos dos conteúdos abordados sobre o bem-estar das pessoas. Por vezes, poderá surgir a necessidade de abordagens individuais, de maneira privada e cuidadosa. 


Observe também a possibilidade de formações ou treinamentos em temas específicos, que geraram dúvidas ou incertezas.


E por fim, mantenha uma avaliação contínua do formato, tempo, frequência e estrutura das rodas de conversa, para possíveis adaptações. O objetivo destes espaços é que eles potencializem o equilíbrio e o apoio à saúde mental da equipe, com a manutenção de um ambiente positivo e saudável.



Outros benefícios das rodas de conversa


Saúde mental é uma pauta necessária! Realizá-las no ambiente de trabalho pode trazer uma série de benefícios, tanto para os colaboradores quanto para a organização como um todo, a nível de confiança, motivação e fortalecimento emocional. Aqui estão alguns dos principais benefícios:


  • Promoção do bem-estar emocional dos colaboradores e voluntários


  • Aumento da Percepção de Suporte Organizacional

Quer saber mais sobre esta percepção? Leia este artigo do Portal do Impacto: https://www.portaldoimpacto.com/percepcao-de-suporte-organizacional-construindo-relacoes-de-cuidado


  • Fortalecimento do vínculo e do espírito de equipe


  • Aumento do engajamento e da satisfação


  • Desenvolvimento de habilidades de comunicação


  • Melhora do Clima Organizacional

E para entender um pouco mais de Clima Organizacional, leia este artigo: https://www.portaldoimpacto.com/clima-organizacional-investindo-em-um-ambiente-saudavel



Não exite em abrir espaços de conversa!


Estabelecer um diálogo contínuo e integrar estratégias de saúde mental são medidas que contribuem diretamente para um clima organizacional saudável e colaborativo. Contudo, é imprescindível que esses espaços sejam planejados e conduzidos com responsabilidade. 


Com o suporte adequado e uma abordagem cuidadosa, essas ações podem fortalecer tanto os colaboradores quanto a própria organização, ajudando a prevenir o adoecimento e promovendo resiliência e bem-estar.



Referências


Nossa Causa e Phomenta (2024). Manual para roda de conversa sobre saúde mental. Disponível em: https://materiais.nossacausa.com/manual-saude-mental


Podcast “Para dar nome às coisas” S04EP133 - Disponível em:
https://open.spotify.com/episode/4ZJHYhud5wGDB0yUeWwUFp


Sara Dias é pesquisadora e facilitadora do movimento e do bem-estar. 


Profª Mestra em Artes da Cena pela UNICAMP,  pós-graduanda em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional e instrutora de Yoga. Possui experiência como educadora social desde 2006 e desenvolve projetos relacionados à Saúde Mental e Bem-Estar no Terceiro Setor. 


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Disponível em:<[ https://www.viannasapiens.com.br/revista/article/view/97/83 ]>. Acesso em: 30 jan. 2025. GALLEGO, Angélica Helena Santini Montes; GALINDO, Daniel dos Santos. Criança Esperança: exemplo do marketing de causas sociais, articulado pelas relações públicas. In: V CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007. Disponível em: <[ http://www.intercom.org.br/papers/outros/hmidia2007/resumos/R0193-1.pdf] >. Acesso em: 30 jan. 2025. ACEVEDO, Claudia Rosa; OLIVEIRA, Leonardo Domingues de; SILVA, Rafael Mendes; CATÃO, Bruno Alves. Percepção de consumidores sobre ações de marketing de causa de empresas privadas . South American Development Society Journal , São Paulo, v. 6, n. 17, p. 40-58, 2020. Disponível em: https://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/300 . Acesso em: 3 fev. 2025.
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Este é o último artigo da série “Decisões no Terceiro Setor”. Após discutir sobre as decisões no Terceiro Setor e apresentar um modelo para estruturar as decisões, chegou a hora de apresentar diferentes modelos para a etapa de decisão.
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No artigo anterior , discuti sobre algumas das características que diferenciam o Terceiro Setor, além de decisões difíceis que toda liderança de uma ONG enfrenta em sua rotina. E, seguindo a sequência de conteúdos, aaixo compartilharei sobre as etapas de uma decisão com base na literatura do tema. Na liderança de uma organização e na correria do dia a dia, um dos maiores erros que podemos cometer é não estruturar as informações para tomar uma decisão difícil ou importante. O cansaço e/ou a falta de tempo acabam nos levando para um caminho de escolher uma opção pela intuição ou a que soa mais razoável, sem de fato entender nosso verdadeiro objetivo ou explorar e esgotar todas as alternativas possíveis. Uma coisa que aprendi liderando equipes, áreas e uma organização é que nem toda decisão precisa ser tomada no momento em que uma decisão é demandada de você ou de um grupo do qual você faz parte. Com exceção de emergências, quando cada segundo é valioso, podemos pedir mais tempo para refletir melhor sobre as opções levantadas, conversar com outras pessoas e pensar em novas opções. As etapas da tomada e decisão John Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa apresentam em seu livro “Decisões Inteligentes” um modelo formado por cinco etapas: Problema Qual problema estamos tentando resolver? Muitas vezes partimos para a solução sem delimitar o problema que buscamos solucionar. Objetivo Qual o objetivo principal ao se tomar essa decisão? Alternativas Criação de alternativas viáveis para avaliação posterior Consequências Quais as consequências de cada alternativa? Ao escolher uma alternativa, o que ela gera além de tentar resolver o problema? Concessões (tradeoffs) Dificilmente uma alternativa atenderá todos os objetivos e resolverá completamente um problema difícil e complexo. Ao escolher uma alternativa, do que estou abrindo mão? Decisão Após avaliar e comparar as alternativas, chegou a hora de decidir. Estruturar a decisão seguindo as etapas com certeza ajudará a refletir para uma decisão mais consciente e melhor. Porém, isso não significa um resultado melhor. Aprendemos na prática em nossa vivência nas organizações que não é possível controlar todos os resultados após a tomada de uma decisão. Ou seja, diversos fatores externos influenciarão no resultado final (fenômeno este muito presente na avaliação de impacto, na qual se discute como isolar os fatores externos), seja porque a equipe não executou como o planejado ou porque alguma nova informação (que surgiu após a decisão) evidenciou que a alternativa escolhida não era a melhor. “Uma boa decisão pode gerar um resultado negativo, assim como uma má decisão pode gerar um resultado considerado negativo” Afinal de contas, o que é uma boa decisão? Para Spetzler, Winter e Meyer, uma boa decisão deve atender a seis critérios: Abordagem apropriada para o problema - responde à pergunta ‘o que desejamos resolver?’. Alternativas criativas - o famoso pensar “fora da caixa”. Às vezes, estamos presos nas opções iniciais disponíveis, quando há uma alternativa melhor que ainda não emergiu. Informações relevantes e confiáveis - as informações coletadas apoiam na tomada de decisão e os dados e indicadores utilizados são confiáveis. Raciocínio lógico - é possível demonstrar a lógica da decisão na escolha da alternativa. Valores e concessões delimitados - os valores que embasam a decisão são explícitos e há consciência do que se está abrindo mão ao escolher uma alternativa em detrimento da(s) outra(s). Compromisso com a ação - a decisão direciona para um caminho. Sem ação, não há resultado na maioria das vezes (como quase tudo tem exceção, em algumas decisões há a alternativa de não fazer nada). Portanto, sabendo que não conseguimos controlar 100% dos resultados, nosso foco deve ser em estruturar melhor a decisão para, a partir das informações disponíveis, escolhermos a melhor alternativa. Quando for avaliar uma decisão meses ou anos depois, lembre-se, foi a melhor decisão com as informações disponíveis naquele momento. Não adianta avaliar uma decisão como ruim considerando informações coletadas posteriormente. No próximo artigo e último da série “Decisões no Terceiro Setor” apresentarei alguns modelos de decisão, explorando os contextos em que cada modelo faz mais sentido. Enquanto isso faça a pré-inscrição da sua organização em nosso programas, clicando no link a seguir: https://www.phomenta.com.br/programas-ongs-pre-inscricao Fontes: Decision Quality: Value Creation from Better Business Decisions Smart Choices
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