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Minha ONG tem uma cultura de inovação?

24 de agosto de 2023

Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor, o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação com o objetivo de apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


Todo o conhecimento gerado no projeto foi consolidado no e-book “Guia para inovar no Terceiro Setor” traz um glossário com os principais termos utilizados na área, além de detalhar como conduzir o ciclo de inovação dentro das organizações, com ferramentas adaptadas à realidade do setor. Ideal para as pessoas que querem dar seus primeiros passos para inovar.


A publicação mostra como simplificar a tomada de decisão, criar e experimentar soluções de forma rápida, econômica e simples para os desafios identificados na gestão das organizações. O guia é digital e está disponível gratuitamente para download.


Você já deve ter ouvido histórias de empresas que criaram produtos e serviços que revolucionaram o mundo com suas iniciativas inovadoras: Google, Facebook, TikTok, Uber, entre outras. Além de saírem na frente com a construção de soluções, elas continuam se reinventando. A pergunta que fica é: qual é o segredo?


Movidos por esse questionamento, os pesquisadores Gerard Tellis, Jaideep Prabhu e Rajesh Chandy mergulharam no tema e estudaram 759 empresas de 17 mercados e concluíram que o fator decisivo para conduzir a
inovações radicais é a cultura dessas organizações. 


A cultura se mostrou determinante em diversos aspectos: mais importante que o capital acumulado, o trabalho que realizavam, o governo vigente ou a cultura do país em que elas estavam sediadas. Essa conclusão nos leva a outras duas perguntas: o que é uma cultura inovadora e, se a organização ainda não a tem, como desenvolvê-la? 


Com base no trabalho desses pesquisadores, Jay Rao (professor de tecnologia e inovação) e Joseph Weintraub (professor de gestão), ambos da Babson College, nos Estados Unidos,
propuseram um modelo que reúne pontos essenciais para desenvolver uma cultura de inovação. Eles criaram uma ferramenta que, por meio de um conjunto de perguntas,  ajuda a analisar a organização de forma completa, mostrando o quanto ela está ligada à ideia de inovação.


Como avaliar se a cultura da ONG é inovadora?


A cultura de uma organização, geralmente, é reflexo da liderança que a conduz. Isso significa que os valores, a forma de tomar decisões, de engajar as pessoas e até a forma como essa liderança se organiza, impacta na maneira com a qual as pessoas que trabalham naquele espaço agem. Sabe aquela sabedoria popular sobre “liderar pelo exemplo” ou “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”? Essa é a tradução perfeita do que acontece na prática.


Considerando esse aspecto, a liderança é o principal agente impulsionador das mudanças que a ONG e de engajamento da organização. Então, se você está lendo isso e quer dar o primeiro passo, aqui estão algumas dicas inspiradas no estudo feito pelos estadunidenses.


A cultura de inovação é estruturada em 6 pilares: valores, comportamentos, clima organizacional, recursos, processos e sucesso. Todos esses pilares estão conectados de forma dinâmica, ou seja, os valores se traduzem em comportamento das pessoas que, por sua vez, são possíveis de se identificar no clima da organização, por exemplo. 


Abaixo, junto da explicação sobre cada pilar, há algumas perguntas que podem te ajudar nesse processo reflexivo sobre a cultura de inovação da sua organização. E aí vai uma dica: escolha um único pilar e faça primeiro esse exercício de forma franca consigo mesma. Depois, converse com sua equipe sobre os pontos que emergirem.


Lembrando sempre, que todas as vozes são importantes e suas contribuições fazem a diferença.


Os pilares de uma cultura inovadora: perguntas avaliadoras


Valores: São como um guia da tomada de decisão e definição de prioridades e decisões, ou seja, como a organização escolhe investir seu tempo e recursos. Os valores também aparecem nas ações dos líderes - não se deixe enganar: o que você faz conta mais do que o que você fala ou escreve. Organizações inovadoras estimulam a capacidade empreendedora de sua equipe, de resolver problemas por conta própria, de criar novos caminhos e de aprender continuamente enquanto trabalham.


Capacidade empreendedora:

  • Sentimos um forte desejo de explorar ideias novas e criar coisas diferentes?
  • Somos bons em lidar com situações incertas e não nos assustamos quando perseguimos novas oportunidades?
  • Conseguimos evitar ficar presos na busca pela perfeição quando encontramos novas chances, preferindo agir de imediato?


Estímulo à criatividade:

  • Incentivamos novas maneiras de resolver problemas e pensamos de forma diferente, aceitando opiniões diversas?
  • O nosso ambiente de trabalho nos dá liberdade para tentar coisas novas?
  • Gostamos de agir espontaneamente e não nos importamos de rir de nossos próprios erros?


Aprendizado contínuo:

  • Sabemos como fazer perguntas para descobrir coisas que não sabemos?
  • Sempre testamos coisas novas quando tentamos inovar?
  • Não ficamos com medo de errar e encaramos os erros como chances de aprender?



Comportamentos: Fala sobre como as pessoas agem para fazer a inovação acontecer. No caso das lideranças,isso significa querer melhorar ou mudar os serviços existentes por outros novos, inspirar a equipe com a ideia do que querem alcançar no futuro juntos e tentar simplificar o trabalho. Uma organização que apoia a inovação procura soluções para problemas de tecnologia, busca ajuda de pessoas e/ou outras organizações para pensar em formas melhores de resolver seus desafios e escuta cuidadosamente o público que se relaciona: parceiros, beneficiários, voluntários e até a comunidade onde está inserida. 


Estímulo ao desafio:

  • Nossa liderança nos anima ao compartilhar uma visão futura e destaca oportunidades para a organização?
  • Nossa liderança nos incentiva frequentemente a pensar e agir como empreendedores?
  • Nossa liderança serve de modelos de comportamento inovador que devemos seguir?


Engajamento:

  • Nossa liderança investe tempo para ensinar e dar feedback sobre nossas tentativas de inovação?
  • Na nossa organização, pessoas de todos os níveis tomam a iniciativa de inovar de forma ativa?
  • Nossa liderança apoia a equipe tanto em momentos de sucesso quanto nos desafios?


Capacitação:

  • Nossa liderança usa maneiras eficazes para nos ajudar a superar obstáculos dentro da organização?
  • Nossa liderança consegue ajustar o caminho quando é necessário?
  • Nossa liderança busca oportunidades mesmo quando enfrentam dificuldades?


Clima organizacional: É o jeito que as pessoas se sentem quando trabalham juntas na organização. Um clima organizacional que encoraja a prática da inovação, promove o entusiasmo, a autorresponsabilidade e comprometimento. Também ajuda as pessoas a se arriscarem em um lugar seguro, onde podem aprender e pensar criticamente sobre as coisas.


Colaboração:

  • Todos nós compartilhamos uma linguagem comum quando se trata de inovação?
  • Valorizamos e aproveitamos as diferenças entre nós na comunidade?
  • Trabalhamos bem juntos como equipe para abraçar as oportunidades?


Compromisso com a integridade:

  • Nós realmente praticamos de forma consistente aquilo que dizemos valorizar?
  • Questionamos decisões e ações que não estão alinhadas com nossos valores?
  • Ficamos à vontade para expressar nossas opiniões, mesmo que elas sejam diferentes ou controversas?


Simplicidade e eliminação de burocracia:

  • Valorizamos medidas que tornam nosso ambiente de trabalho mais simples? Ou seja, com menos regras complicadas, política e burocracia?
  • Cada um assume responsabilidade por suas ações, evitando culpar os outros?
  • Todos sabem como dar início e seguir em frente com iniciativas em toda a organização?


Recursos: São os elementos para a atividade prática das organizações e podem ser pessoas, sistemas e projetos. Dentre eles, as pessoas são o aspecto mais importante de uma organização, uma vez que elas impactam diretamente na forma como os valores da organização e o clima organizacional se manifestam.


Pessoas:

  • Temos líderes que realmente querem ser impulsionadores da inovação?
  • Podemos contar com pessoas especialistas em inovação que possam nos ajudar em nossos projetos?
  • Temos pessoas talentosas dentro de nossa equipe para fazer nossos projetos de inovação darem certo?


Sistemas:

  • Nossos sistemas de contratação e recrutamento apoiam uma cultura de inovação?
  • Contamos com ferramentas boas para trabalharmos juntos em nossos projetos de inovação?
  • Sabemos aproveitar nossas conexões com fornecedores e parceiros para buscarmos a inovação?


Projetos:

  • As pessoas têm tempo suficiente para se dedicarem a novas ideias?
  • Alocamos recursos especiais para perseguir novas oportunidades?
  • Temos espaços físicos ou virtuais para explorar e desenvolver novas oportunidades?



Processos: São os caminhos que as inovações seguem quando são criadas. Isso inclui como as ideias novas são encontradas ou escolhidas, e também como os passos são organizados para revisar e priorizar projetos e protótipos.


Processo de geração de ideias:

  • Nós criamos ideias de forma organizada, buscando inspiração em muitas fontes diferentes?
  • Trabalhamos para melhorar e selecionar as ideias mais promissoras?
  • Escolhemos as oportunidades com base em riscos bem entendidos?


Criação de protótipos:

  • Transformamos rapidamente ideias promissoras em protótipos?
  • Mantemos um diálogo constante entre nossa equipe e público atendido para receber feedback?
  • Cancelamos projetos prontamente se eles não atenderem aos critérios pré-definidos?


Implementação de sucesso:

  • Nossos processos são flexíveis e adaptados às situações, sem  burocracias?
  • Colocamos em prática, rapidamente, as ideias mais promissoras?
  • Alocamos recursos rapidamente para iniciativas que mostram muito potencial?


Sucesso: O triunfo de uma inovação pode ser observado nos níveis fora, dentro da organização e individualmente. O externo mostra quanto a organização é reconhecida como inovadora por parceiros, pelo terceiro setor e quanto suas inovações trazem impacto e sustentabilidade para a ONG. Quando a inovação tem sucesso, isso mostra que a organização está no caminho certo com seus valores, jeito de agir e processos criativos.


Parceiros:

  • Nossos parceiros nos veem como inovadores?
  • Nossa inovação é referência para outras organizações como a nossa?
  • Nossos esforços inovadores se traduziram em melhor desempenho financeiro comparado a outras organizações do setor?


Abordagem Estratégica:

  • Encaramos a inovação como parte de uma estratégia de longo prazo, não como uma solução rápida?
  • Temos uma abordagem planejada, ampla e disciplinada para a inovação?
  • Nossos projetos de inovação nos ajudaram a desenvolver habilidades que não tínhamos há três anos?


Nível Individual:

  • Estou satisfeita com o meu envolvimento nas nossas iniciativas inovadoras?
  • Expandimos e fortalecemos, intencionalmente, as habilidades das pessoas por meio de novas iniciativas?
  • Reconhecemos e recompensamos as pessoas por participarem de oportunidades arriscadas, independentemente do resultado?


Tenha ao menos um pilar forte 


Resista a tentação de querer ser excelente em todos os pilares e escolha ao menos um para dedicar o desenvolvimento de sua organização. Os especialistas Jay Rao e Joseph Weintraub descobriram algo interessante sobre as organizações inovadoras: elas sempre escolhem ao menos um pilar como mais importante e sólido entre os seis.


Ao ouvir sua equipe, você não encontrará as mesmas respostas por toda a organização. É natural que perfis diferentes tenham visões distintas de como a inovação acontece.


Depois de fazer o levantamento, a gestão verá os pontos em que a cultura da organização é mais forte e onde ainda precisa melhorar, além disso, a reflexão sobre inovação também indicará ideias e oportunidades de aprendizados para toda a equipe. 


Às vezes, quem está na gestão quer corrigir logo os problemas que encontraram. Mas é melhor focar nos pontos fortes da organização e ir melhorando aos poucos.


Seja paciente, não tente transformar a cultura da organização de uma vez. As culturas mudam lentamente. Quando convidadas a participar, as pessoas geralmente resistem. Demonstrar em ações cotidianas é mais eficiente do que só falar, especialmente quando incentiva as pessoas que estão participando.


Para melhores resultados, busque e celebre as pequenas vitórias. Um jeito prático é pedir para uma ou duas pessoas trabalharem em até 3 ideias identificadas na avaliação com a equipe. Essas pequenas conquistas podem inspirar os outros a melhorarem, criando um círculo virtuoso de melhorias. 


É importante também seguir atenta aos sucessos que a organização teve no passado. Com o passar do tempo, uma ONG que já teve muito êxito pode não perceber novas tecnologias, maneiras diferentes de fazer negócios ou novos concorrentes que aparecem. Existem muitos casos de organizações e empresas que foram pioneiras em inovação, mas ao longo de uma geração, acabaram se tornando burocráticas e sem criatividade.


Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor, o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação. O objetivo da iniciativa é apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


No dia 25 de julho, lançamos a Trilha com um webinar voltado para profissionais, líderes e empreendedores sociais do Terceiro Setor que têm interesse em trazer ideias inovadoras para melhorar a gestão de suas organizações.


Neste webinar, as lideranças da Phomenta e do Instituto Bancorbrás compartilharam os benefícios de ter uma cultura de inovação e experimentação dentro das OSCs.


Se você quiser saber mais sobre como foi essa conversa, acesse este
link para ver o webinar.


A Trilha de Inovação inclui o webinar, um workshop de 6 horas, uma série de textos disponíveis no Portal do Impacto e também um e-book. Fique de olho para saber quando abriremos as inscrições para a próxima turma. As vagas são limitadas, então esteja atenta para garantir seu lugar nessa jornada enriquecedora. Esta é a sua chance de se unir a nós nessa jornada de inovação no Terceiro Setor!



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Aline Santos é mentora e consultora em inovação, gestão e comunicação estratégica.



Trilha de Inovação no Terceiro Setor


Entendendo a importância de trazer inovação para o Terceiro Setor, o Portal do Impacto e o Instituto Bancorbrás uniram forças para criar a Trilha da Inovação com o objetivo de apoiar as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a aprenderem e experimentarem como trazer inovação para suas ações.


Todo o conhecimento gerado no projeto foi consolidado no e-book “Guia para inovar no Terceiro Setor” traz um glossário com os principais termos utilizados na área, além de detalhar como conduzir o ciclo de inovação dentro das organizações, com ferramentas adaptadas à realidade do setor. Ideal para as pessoas que querem dar seus primeiros passos para inovar.


A publicação mostra como simplificar a tomada de decisão, criar e experimentar soluções de forma rápida, econômica e simples para os desafios identificados na gestão das organizações. O guia é digital e está disponível gratuitamente para download.


Baixe agora o Guia para inovar no Terceiro Setor


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Recentemente, montei uma estrutura para conduzir um processo seletivo de voluntárias aqui na Phomenta. Algumas pessoas me perguntaram por que eu estava desenvolvendo etapas que deixariam o processo mais complexo e se eu não tinha receio de que as pessoas desistissem devido à complexidade. Vou compartilhar o que respondi, explicar a importância dessa estrutura e como conseguimos atrair e manter perto de nós as pessoas que realmente querem contribuir. Por que desenhar um processo seletivo estruturado para voluntárias? Desenhar um processo seletivo com etapas claras e bem definidas é essencial para assegurar que as candidatas se comprometam verdadeiramente com cada fase e reflitam se o voluntariado faz sentido para elas. Esse tipo de processo não é apenas uma forma de selecionar os melhores talentos, mas também de verificar se aquelas que se juntam a nós compartilham dos nossos valores e estão alinhadas com o nosso propósito. Um processo seletivo mais detalhado permite identificar quem está realmente disposta a se envolver e quem está apenas explorando uma oportunidade. Divulgação da vaga Para começar, definimos claramente os papéis e responsabilidades, além do tempo de dedicação esperado para as voluntárias. Tudo isso foi explicitado na divulgação da vaga, para que, desde o início, as expectativas estivessem claras para as interessadas. Primeira etapa - triagem de candidatas Após receber as inscrições, realizamos uma triagem criteriosa, avaliando as competências e habilidades das candidatas. Selecionamos aquelas que mais se alinhavam com o perfil que buscávamos e enviamos um e-mail informando sobre as próximas etapas do processo. Segunda etapa - entrega e dinâmica de grupo Nesta etapa, solicitamos uma tarefa prática e informamos que haveria uma dinâmica em grupo. Esse momento foi crucial para observar o comprometimento das candidatas e, como esperado, algumas pessoas desistiram. Isso, no entanto, deixou apenas aquelas que estavam realmente interessadas em seguir adiante e que tinham um verdadeiro desejo de contribuir. Terceira etapa - Seleção final Com base nas etapas anteriores, escolhemos as candidatas que melhor atenderam aos critérios e que demonstraram maior afinidade com a cultura da Phomenta. Em seguida, comunicamos as selecionadas e agendamos da integração para integrar aquelas que iriam começar conosco. Integração A integração na Phomenta é muito mais do que uma simples introdução. É o momento propositivo para apresentarmos o propósito da nossa organização e garantir que todas estejam na mesma sintonia, super motivadas a alcançar os nossos objetivos. Quando nossas voluntárias entendem o impacto social que o seu trabalho pode gerar, o engajamento cresce e o compromisso fica mais forte. Assim como toda nova integrante de um time, as voluntárias precisam mergulhar na nossa cultura organizacional. A integração é uma oportunidade para elas se familiarizarem com características fundamentais da nossa cultura dentro da Phomenta: como nos comunicamos, como trabalhamos, e quais comportamentos valorizamos. Isso facilita a adaptação e ajuda as voluntárias a se sentirem parte do nosso grupo desde o primeiro dia! Durante a integração, é essencial esclarecer o que esperamos de cada uma, desde funções e responsabilidades específicas até o impacto que seu trabalho terá. Essa clareza evita confusões e permite que as voluntárias saibam exatamente como podem brilhar e fazer a diferença. Uma integração bem-planejada faz toda a diferença! Ela aumenta o comprometimento das voluntárias e ajuda a reduzir a rotatividade. Quando elas se sentem acolhidas, bem-informadas e preparadas, é muito provável que continuem engajadas e contribuam com a gente por um bom tempo. Além disso, a integração é a chance perfeita para construir conexões genuínas entre voluntárias e phomenters. Ela cria aquele sentimento gostoso de comunidade e pertencimento, que é essencial para manter a motivação em alta. E tem mais: durante a integração, incentivamos as voluntárias a darem seu feedback sobre a experiência. Isso nos ajuda a fazer ajustes e melhorias, garantindo que todas se sintam apoiadas e que nossa abordagem esteja sempre alinhada com as expectativas. A seguir alguns comentários sobre o processo:
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Você sabia que o marketing no ambiente digital (ou marketing digital como popularmente ficou conhecido) é uma ferramenta importante para divulgação de serviços, produtos e, também, para a promoção do impacto social? Isso mesmo que você leu! Organizações do Terceiro Setor que investem em uma comunicação eficaz conseguem ampliar a visibilidade de suas ações e engajar o território em suas causas. Deixe a gente explicar melhor. Neste artigo queremos apresentar algumas estratégias práticas e exercícios para auxiliar ONGs, coletivos e projetos sociais na criação de conteúdos assertivos, utilizando algumas práticas de produção de conteúdo, visando garantir maior alcance do público nas mídias sociais. Por que o marketing digital para causas? – Comece pelo porquê Compreender o “porquê” por trás da causa é o primeiro passo para uma comunicação eficiente. 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Exercício de Planejamento de Conteúdo Pergunta: "Quais dúvidas e interesses do nosso público podemos responder em nossos conteúdos?" Atividade: realizar uma pesquisa interna ou consultar as redes sociais para identificar as principais perguntas dos seguidores e, em seguida, criar conteúdos sobre temas relevantes e acessíveis. Exemplo para uma ONG Ambiental: Possíveis resposta em relação às dúvidas: "Como a poluição afeta a biodiversidade local?" "Quais são as melhores práticas de reciclagem para reduzir o impacto ambiental?" "Como posso contribuir para a preservação das matas e florestas em meu território?" O que pode ser relevante a partir da resposta: Dicas práticas para reduzir o consumo de plástico. Informações sobre projetos locais de reflorestamento. Estudos de caso que mostram o impacto positivo de ações de conservação. Sugestões de conteúdos e formatos para Instagram: Posts no feed: crie gráficos simples que explicam, por exemplo, como a reciclagem contribui para a diminuição da poluição e a preservação dos recursos naturais. Estudos indicam que uma linguagem simples e direta amplia o alcance e facilita o engajamento, transformando a comunicação em uma ferramenta de mobilização (SILVA et al., 2017). Exercícios e perguntas adicionais para a produção de conteúdo Para aprofundar a estratégia de comunicação, as ONGs podem utilizar os seguintes questionamentos: Identificação da causa "Quais desafios nossa causa enfrenta e como nossas ações podem contribuir para superá-los?" Engajamento do público "Qual formato de conteúdo (texto, imagem, vídeo) gera mais interação com nosso público?" Resultados e impacto "Como podemos medir o sucesso de nossas campanhas? Quais indicadores refletem o engajamento e a mobilização da comunidade nas redes?" 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Disponível em:<[ https://www.viannasapiens.com.br/revista/article/view/97/83 ]>. Acesso em: 30 jan. 2025. GALLEGO, Angélica Helena Santini Montes; GALINDO, Daniel dos Santos. Criança Esperança: exemplo do marketing de causas sociais, articulado pelas relações públicas. In: V CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 2007, São Paulo. Anais... São Paulo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007. Disponível em: <[ http://www.intercom.org.br/papers/outros/hmidia2007/resumos/R0193-1.pdf] >. Acesso em: 30 jan. 2025. ACEVEDO, Claudia Rosa; OLIVEIRA, Leonardo Domingues de; SILVA, Rafael Mendes; CATÃO, Bruno Alves. Percepção de consumidores sobre ações de marketing de causa de empresas privadas . South American Development Society Journal , São Paulo, v. 6, n. 17, p. 40-58, 2020. Disponível em: https://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/300 . Acesso em: 3 fev. 2025.
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No artigo anterior , discuti sobre algumas das características que diferenciam o Terceiro Setor, além de decisões difíceis que toda liderança de uma ONG enfrenta em sua rotina. E, seguindo a sequência de conteúdos, aaixo compartilharei sobre as etapas de uma decisão com base na literatura do tema. Na liderança de uma organização e na correria do dia a dia, um dos maiores erros que podemos cometer é não estruturar as informações para tomar uma decisão difícil ou importante. O cansaço e/ou a falta de tempo acabam nos levando para um caminho de escolher uma opção pela intuição ou a que soa mais razoável, sem de fato entender nosso verdadeiro objetivo ou explorar e esgotar todas as alternativas possíveis. Uma coisa que aprendi liderando equipes, áreas e uma organização é que nem toda decisão precisa ser tomada no momento em que uma decisão é demandada de você ou de um grupo do qual você faz parte. Com exceção de emergências, quando cada segundo é valioso, podemos pedir mais tempo para refletir melhor sobre as opções levantadas, conversar com outras pessoas e pensar em novas opções. As etapas da tomada e decisão John Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa apresentam em seu livro “Decisões Inteligentes” um modelo formado por cinco etapas: Problema Qual problema estamos tentando resolver? Muitas vezes partimos para a solução sem delimitar o problema que buscamos solucionar. Objetivo Qual o objetivo principal ao se tomar essa decisão? Alternativas Criação de alternativas viáveis para avaliação posterior Consequências Quais as consequências de cada alternativa? Ao escolher uma alternativa, o que ela gera além de tentar resolver o problema? Concessões (tradeoffs) Dificilmente uma alternativa atenderá todos os objetivos e resolverá completamente um problema difícil e complexo. Ao escolher uma alternativa, do que estou abrindo mão? Decisão Após avaliar e comparar as alternativas, chegou a hora de decidir. Estruturar a decisão seguindo as etapas com certeza ajudará a refletir para uma decisão mais consciente e melhor. Porém, isso não significa um resultado melhor. Aprendemos na prática em nossa vivência nas organizações que não é possível controlar todos os resultados após a tomada de uma decisão. Ou seja, diversos fatores externos influenciarão no resultado final (fenômeno este muito presente na avaliação de impacto, na qual se discute como isolar os fatores externos), seja porque a equipe não executou como o planejado ou porque alguma nova informação (que surgiu após a decisão) evidenciou que a alternativa escolhida não era a melhor. “Uma boa decisão pode gerar um resultado negativo, assim como uma má decisão pode gerar um resultado considerado negativo” Afinal de contas, o que é uma boa decisão? Para Spetzler, Winter e Meyer, uma boa decisão deve atender a seis critérios: Abordagem apropriada para o problema - responde à pergunta ‘o que desejamos resolver?’. Alternativas criativas - o famoso pensar “fora da caixa”. Às vezes, estamos presos nas opções iniciais disponíveis, quando há uma alternativa melhor que ainda não emergiu. Informações relevantes e confiáveis - as informações coletadas apoiam na tomada de decisão e os dados e indicadores utilizados são confiáveis. Raciocínio lógico - é possível demonstrar a lógica da decisão na escolha da alternativa. Valores e concessões delimitados - os valores que embasam a decisão são explícitos e há consciência do que se está abrindo mão ao escolher uma alternativa em detrimento da(s) outra(s). Compromisso com a ação - a decisão direciona para um caminho. Sem ação, não há resultado na maioria das vezes (como quase tudo tem exceção, em algumas decisões há a alternativa de não fazer nada). Portanto, sabendo que não conseguimos controlar 100% dos resultados, nosso foco deve ser em estruturar melhor a decisão para, a partir das informações disponíveis, escolhermos a melhor alternativa. Quando for avaliar uma decisão meses ou anos depois, lembre-se, foi a melhor decisão com as informações disponíveis naquele momento. Não adianta avaliar uma decisão como ruim considerando informações coletadas posteriormente. No próximo artigo e último da série “Decisões no Terceiro Setor” apresentarei alguns modelos de decisão, explorando os contextos em que cada modelo faz mais sentido. Enquanto isso faça a pré-inscrição da sua organização em nosso programas, clicando no link a seguir: https://www.phomenta.com.br/programas-ongs-pre-inscricao Fontes: Decision Quality: Value Creation from Better Business Decisions Smart Choices
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